"Implementar um mercado de carbono robusto, com integridade ambiental, que considere as necessidades de cada um, com um fundo de adaptação de que tanto precisamos teria sido muito muito importante", declarou a presidente da Conferência das Partes (COP25) da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre as Alterações Climáticas, Carolina Schmidt, que anunciou que o assunto voltará à agenda na próxima cimeira, marcada para Glasgow, na Escócia, em Novembro do próximo ano.

Segundo o secretário-geral das Nações Unidas (ONU), António Guterres, a comunidade internacional perdeu uma oportunidade importante para mostrar uma maior ambição na mitigação e adaptação para enfrentar a crise climática".

"Não devemos render-nos", apelou o secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), numa declaração escrita citada pela agência de notícias espanhola EFE.

Para António Guterres "está mais do que decidido que 2020 será o ano em que todos os países se comprometem a fazer o que a ciência diz".

"É necessário ser neutro em carbono até 2050 e não ir mais além dos 1,5 graus de aumento da temperatura do planeta", segundo Guterres.

A regulação dos mercados de carbono para aumentar a acção dos países para reduzir as emissões de gases com efeito de estufa e assim combater as alterações climáticas, foi um dos temas chave da cimeira.

O assunto estava inicialmente ncluído no documento final, mas decidiu-se debatê-lo em separado, escreve a Lusa, que acrescenta que o novo acordo pede um aumento da ambição dos compromissos de luta contra as alterações climáticas e apresenta várias medidas que têm como objectivo apoiar os países mais vulneráveis.

Desta reunião saíram directrizes do Fundo Verde do Clima para que sejam destinados recursos para perdas e danos dos países mais vulneráveis aos fenómenos climáticos, que poderão também recorrer à "Rede Santiago", criada para canalizar assistência técnica de organizações e especialistas.

Na COP25 foram mobilizados 89 milhões de dólares, provenientes de diversos países para o Fundo de Adaptação e mais de 80 países prometeram apresentar, em 2020, compromissos de luta contra as alterações climáticas mais ambiciosos do que os actuais.

O número de multinacionais comprometidas com a neutralidade carbónica (não produzir mais emissões de gases com efeito de estufa do que aquelas que tem capacidade de fazer desaparecer) em 2050 passou de 90, na cimeira de Nova Iorque, em Setembro passado, para 117 na cimeira de Madrid, de acordo com a agência Lusa, que avança que o número de grandes cidades comprometidas com a neutralidade passou de uma centena, na cimeira de Nova Iorque, para 398, na COP25, o número de países comprometidos com a neutralidade carbónica passou de 66 para 73.