A história é contada pela agência de notícias Reuters, que escreve que as empresas são acusadas de fazer parte de um sistema de trabalho forçado, o de extrair cobalto, um metal usado para fabricar telefones e computadores, em minas na RDC, responsável pela morte de várias crianças.
Imagens anexadas ao processo mostram menores com membros dilacerados ou amputados e seis das 14 crianças representadas no processo morreram em desabamentos de túneis. As restantes sofreram ferimentos graves, refere a agência de notícias britânica.
O processo que deu entrada no tribunal afirma, de acordo com a agência de notícias, que as crianças, algumas com menos de seis anos de idade, foram forçadas pela pobreza extrema a deixar a escola e trabalhar nas explorações de cobalto da empresa britânica Glencore, que já não é a primeira vez que é acusada de recorrer ao trabalho infantil.
"Nunca encontrei ou documentei uma diferença tão grande no rendimento entre o topo e o fundo da cadeia de produção", disse à Reuters Siddharth Kara, investigador especializado em escravatura moderna e testemunha no processo. "É essa diferença que faz deste o pior caso de escravatura e exploração infantil que já vi em duas décadas de investigação", acrescentou o investigador.
"Essas empresas, as mais ricas e sofisticadas do mundo, permitiram que crianças fossem mutiladas e mortas para obter cobalto barato", acusa Terrence Collingsworth, advogado que representa as famílias, em declarações à Reuters.
Em resposta a um pedido de comentário da agência Reuters, a Dell disse que "nunca adquiriu operações conscientemente" que recorram ao trabalho infantil e lançou uma investigação sobre as alegações.
Já o porta-voz da Glencore afirmou que a empresa "observa as alegações contidas num processo nos EUA arquivado em 15 de Dezembro de 2019. A produção de cobalto da Glencore, no Congo é um subproduto da nossa produção industrial de cobre. As operações da Glencore não compram ou processam nenhum minério extraído artesanalmente. A Glencore não tolera nenhuma forma de trabalho infantil".
Segundo a Reuters, Tesla, Apple, Google e Microsoft não responderam aos pedidos de esclarecimento.