"Foi um horror", começou assim por lamentar o comerciante Aladin Said Mohammad, que defende que o Governo do seu país deve "urgentemente" fazer um inquérito para determinar a origem das duas explosões.

Para o comerciante, o seu país enfrenta dificuldades para lidar com o grande número de vítimas da explosão na região portuária da capital.

"Temos confiança, Alá vai ajudar-nos a ultrapassar esta situação que semeou terror e pânico no nosso país", sublinhou.

As duas explosões deixaram abalado o comerciante de pneus Zayn Abdulaziz Omar, que reagiu com "tristeza" à tragédia.

"A atenção do mundo está virada para travar a pandemia Covid-19, o país agora enfrenta um outro problema. Foi triste o que aconteceu", referiu.

O seu compatriota Youssef Omar, inconformado com os acontecimentos, considerou que, dada a intensidade das explosões, "por detrás deste acto podem estarem os inimigos do Líbano".

"Muitas organizações terroristas conspiram contra o nosso país. Por detrás destas explosões podem estar os inimigos da nossa pátria", concluiu.

Em três armazéns de bens alimentares controlados pelos comerciantes libaneses em Luanda, é notória a tristeza dos seus proprietários.

"É inaceitável o que aconteceu. Exigimos que o Governo encontre os responsáveis deste acto", diz Almir Ali, proprietário de uma hamburgueria no bairro Neves Bendinha.

A página da Presidência de Angola no Facebook informa que o Chefe de Estado, João Lourenço, lamentou a perda de vidas humanas e os elevados prejuízos materiais que resultaram das explosões numa mensagem enviada ao seu homólogo libanês em que "exprimiu sentimentos de solidariedade à nação libanesa e aos sinistrados, endereçando condolências às famílias enlutadas".

O primeiro-ministro do governo sombra da UNITA, Raúl Danda, também se solidarizou com os libaneses.

"Não sabemos concretamente a origem das duas explosões. Mas quando se trata da morte de vidas humanas nós lamentamos bastante com o que aconteceu", resumiu Raul Danda.

O mesmo aconteceu com o grupo parlamentar da CASA-CE, com Manuel Fernandes a dar voz a uma mensagem de solidariedade para com o povo libanês, frisando que as autoridades competentes devem trabalhar para identificarem as razões das duas explosões.

Recorda-se que a capital libanesa acordou em choque, abalada pelas explosões, com uma potência registada pelos sensores do Instituto Geofísico Americano como um terramoto de magnitude 3.3.

No epicentro da explosão, que foi sentido no Chipre, a mais de 200 quilómetros de distância, a paisagem permanece apocalítica: contentores que parecem latas torcidas, carros queimados, ruas cobertas de papéis e detritos de edifícios de escritórios espalhados pelos rebentamentos.

As violentas explosões deverão ter tido origem em materiais explosivos confiscados e armazenados há vários anos no porto da capital libanesa.

O primeiro-ministro libanês, Hassan Diab, revelou que cerca de 2.750 toneladas de nitrato de amónio estavam armazenadas no depósito do porto de Beirute que explodiu, causando dezenas de mortos e milhares de feridos.