Com o avançar da pandemia da Covid-19 no País, os profissionais da saúde já se mostram receosos com a possibilidade de haver falta de materiais para a protecc,a~o nos hospitais e ate" para os próprios técnicos. Por isso, pedem que se redobre a protecc,a~o para a classe no combate ao coronavírus no País.

A chamada de atenção do Sindicato Nacional dos Médicos de Angola (SINMEA) e a Ordem dos Enfermeiros (ORDENFA) vem no decorrer dos relatos de médicos e enfermeiros infectados no exercício das suas funções, em países como Portugal, Itália e Espanha. Em Portugal, por exemplo, cerca de oito por cento dos infectados são profissionais de saúde. Destes, 82 são médicos e 37 são enfermeiros. A Itália tem cerca de cinco mil profissionais infectados. 22 já" perderam a vida.

Na saúde ha" vários anos, Adriano Manuel assegura que os hospitais do País não estão preparados, quer em termos estruturais, de recursos humanos e de equipamentos para responder a demanda de um possível surto da Covid-19 no País.

"Nos países mais desenvolvidos, os médicos, enfermeiros e demais operadores sanitários estão a contrair a doença, como e" que será" em Angola, onde os hospitais não estão equipados e preparados?", questiona.

Em Portugal, por exemplo, cerca de oito por cento dos infectados sa~o profissionais de sau"de, lembra.

"Não temos materiais de biosseguranc,a (conjunto de medidas que busca minimizar os riscos inerentes a uma determinada actividade) em quase todos os hospitais, nem materiais individuais, que neste caso são muito importantes para que possamos mitigar a propagação do vírus", acrescenta.

Em face da situação do País e os casos já" registados no mundo, o medico apoia o estado de emergência, por entender que a medida ajudara" a abrandar a disseminação do novo coronavírus no País, que ja" conta com quatro casos positivos confirmados.

"Em condições normais, pelo número de pessoas que o País tem [mais de 30 milhões] e de infectados, não se devia declarar estado de emergência, mas tendo em conta a fragilidade dos nossos hospitais e o comportamento das pessoas, que não obedecem a` quarentena, e" importante o estado de emergência para conseguirmos conter a Covid-19", disse.

O sindicalista apela ao envolvimento de todos os sectores da sociedade para se combater o "inimigo invisível", começando pela Polícia Nacional, no sentido de utilizar métodos para identificar sobretudo os passageiros que estiveram no vôo vindo de Portugal nos dias 17 e 18, "de modo a obriga"-los a cumprir quarentena". "Se assim não for, vamos perder o controlo da situação e isso resultara" em mortes, particularmente dos médicos".

(Leia este artigo na íntegra na edição semanal do Novo Jornal, nas bancas, ou através de assinatura digital, disponível aqui https://leitor.novavaga.co.ao e pagável no Multicaixa)