Em conferência de imprensa, a ministra da Saúde adiantou que este terceiro caso de infecção pelo novo coronavírus Covid-19 foi confirmado na noite de Domingo e trata-se de um dos passageiros que chegaram de Portugal a 17 deste mês.

Este novo caso é de um jovem angolano de 23 anos que regressou ao país via Portugal depois de ter estado em Espanha, um dos países mais afectados em todo o mundo pela doença.

Todas as pessoas que terão contactado com este novo paciente já estão isoladas, adiantou a ministra Sílvia Lutucuta, acrescentando que os serviços de saúde já têm novos casos para analisar em laboratório.

Jà foram realizados 169 testes em Angola - são aguardados para qualquer momento os resultados de mais duas amostras enviadas para laboratório -, sublinhou a governante que integra a comissão intersectorial criada pelo Executivo para lidar com todas as questões relacionadas com a Covid-19, acrescentando Lutucuta que, depois do lote inicial de mil testes adquirido pelo país, estão a chegar mais um lolte de 5 mil testes através da Organização Mundial de Saúde (OMS) e um de 10 mil proveniente da China.

Recorde-se dois aviões chegaram a Luanda, oriundos de Porto e Lisboa, em Portugal, com 473 pessoas a bordo, a 20 deste mês, dia em que teve início o fecho das fronteiras e foram cancelados todos os voos internacionais no âmbito das medidas de precaução e combate à pandemia que já matou mais de 14.500 pessoas em todo o mundo e já infectou mais de 300 mil em todo o mundo.

Os 463 passageiros destes voos estão em quarentena institucional no centro do Calumbo e em duas unidades hoteleiras da cidade de Luanda, garantindo Sílvia Lutucuta que os problemas de lógística ocorridos com centenas de pessoas que seguiram na noite de Sábado para a quarentena já foram ultrapassados.

Sílvia Lutucuta disse nesta conferência de imprensa de acualização da situação em território nacional que não estão, para já, previstos novos voos para fazer regressar cidadãos nacionais que estejam no estrangeiro.

Os dois primeiros casos em Angola foram anunciados no passado Sábado, 21, e trata-se igualmente de dois cidadãos angolanos, com 36 e 38 anos, também eles provenientes de Portugal, país que conta já com mais de 2 mil casos de infecção confirmados e 23 mortos, sendo que só nas últimas 24 horas registaram-se nove mortos e mais 460 casos.

África conta actualmente com mais de 1600 casos confirmados, meia centena de mortos, não existindo registos de infecções apenas em nove dos 54 países do continente, que tem na África do Sul, com 402 casos, o mais afectado, seguindo-se o Egipto (327) e a Argélia (201) cerca das 17:00 de segunda-feira,23, como se pode verificar no site interactivo da Universidade John Hopkins, dos EUA.

O vírus, o que é e o que fazer, sintomas

Estes vírus pertencem a uma família viral específica, a Coronaviridae, conhecida desde os anos de 1960, e afecta tanto humanos como animais, tendo sido responsável por duas pandemias de elevada gravidade, como a Síndrome Respiratória do Oriente Médio (MERS), transmitida de dromedários para humanos, e a Síndrome Respiratória Aguda Grave (SARS), transmitida de felinos para humanos, com início na China.

Inicialmente, esta doença era apenas transmitida de animais para humanos, mas, com os vários surtos, alguns de pequena escala, este quadro evoluiu para um em que a transmissão ocorre de humano para humano, o que faz deste vírus muito mais perigoso, sendo um espirro, gotas de saliva, por mais minúsculas que sejam, ou tosse de indivíduos infectados o suficiente para uma contaminação.

Os sintomas associados a esta doença passam por febres altas, dificuldades em respirar, tosse, dores de garganta, o que faz deste quadro muito similar ao de uma gripe comum, podendo, no entanto, evoluir para formas graves de pneumonia e, nalguns casos, letais, especialmente em idosos, pessoas com o sistema imunitário fragilizado, doentes crónicos, etc.

O período de incubação médio é de 14 dias e durante o qual o vírus, ao contrário do que sucedeu com os outros surtos, tem a capacidade de transmissão durante a incubação, quando os indivíduos não apresentam sintomas, logo de mais complexo controlo.

A melhor forma de evitar este vírus, segundo os especialistas é não frequentar áreas de risco com muitas pessoas, não ir para espaços fechados e sem ventilação, usar máscara sanitária, lavar com frequência as mãos com desinfectante adequado, ou sabão, cobrir a boca e o nariz quando espirrar ou tossir, evitar o contacto com pessoas suspeitas de estarem infectadas.

A Organização Mundial de Saúde (OMS) organizou um guia essencial sobre o coronavírus/Covid-19 que pode ver aqui.