A mulher angolana, Cláudia Simões, de 41 anos, acusa um agente da Polícia de Segurança Pública (PSP) de a ter agredido com violência no passado Domingo, depois de um desaguisado com um motorista de autocarro por a sua filha, menor de oito anos, se ter esquecido do passe de transporte - título de transporte pago mensalmente - e este a ter obrigado a pagar.

O motorista do autocarro, perante a recusa de pagamento de bilhete, chamou a polícia.

E aqui, segundo a versão de Cláudia Simões, foi o agente que provocou as agressões, enquanto a PSP garante que a cidadã angolana respondeu à abordagem dialogante do agente da polícia com agressividade.

Um vídeo colocado nas redes sociais mostra o agente da polícia a manietar Cláudia Simões já no chão, enquanto exige que algumas pessoas, que filmam via telemóvel a situação, se afastem, procura colocar as algemas perante a resistência da mulher angolana.

Os sindicatos da PSP, em defesa do agente, garantem que este acto foi uma resposta normal, com a "força estritamente necessária" perante a cidadã que respondeu à abordagem policial com "empurrões" ao agente da autoridade.

O MP constituiu-a arguida por crime de ofensa à integridade física qualificada conforme o auto de notícia da PSP. O agente da polícia não foi constituído arguido, embora possa ainda vir a sê-lo.

Mas a organização SOS Racismo já disse que recebeu "uma denúncia de violência policial" contra uma mulher negra que ficou "em estado grave" devido às agressões do agente policial, descrevendo que foi agredida já no interior da viatura policial.

Cláudia Simões foi filmada antes de assistida no hospital com ferimentos na cara, lábios e olhos inchados, enquanto o agente da PSP apesentou-se no mesmo hospital com ferimentos provocados no confronto com a cidadã angolana, nomeadamente mordeduras nas mãos e nos braços.

Face a isto, o MAI ordenou um inquérito e a Inspecção Geral da Administração Interna, bem como a PSP, têm agora investigações a decorrer para o apuramento dos factos.