O presidente do SINPROF, Guilherme Silva, em declarações ao Novo Jornal Online, informou que foi rubricado um memorando de entendimento com o Governo "que responde à principal reivindicação dos professores, ou seja, a aprovação dos estatutos da carreira, já em Maio deste ano, mas cuja implementação gradual começa em Setembro".

"Primeiro migrarão para o novo estatuto os docentes que estão na categoria de professores primários auxiliares, que tenham melhorado o seu perfil académico profissional, que hoje são licenciados, bacharéis ou mestres...os tais que ganham 49 mil kwanzas", explicou.

"Também dizer que haverá subsídios de diuturnidade a partir do mês de Abril para todos os professores com mais de cinco anos de trabalho efectivo", referiu Guiilherme Silva, que acrescentou que "por decisão do Executivo, as faltas aplicadas aos professores em greve, na semana que decorreu, não serão descontadas nos salários".

"Estamos satisfeitos porque há um comprometimento dos representantes do Governo, que vincula o Executivo, e temos conhecimento do empenhamento pessoal do Presidente da República", disse ainda o sindicalista.

Guilherme Silva não quis deixar de agradecer o apoio recebido pela sociedade civil, mas o seu reconhecimento, disse, vai, "em particular para os bravos professores que aderiram em massa a esta greve".

De acordo com o presidente do SINPROF, "este momento também deu para perceber que estamos a viver num país mais arejado. Pela primeira vez na história da nação angolana a greve foi dada a conhecer pelos meios de comunicação públicos e privados, há uma viragem..."

De lembrar que para haver suspensão da greve, o SINPROF exigia que a tutela apresentasse um cronograma exequível, com prazo de execução curto.

"Com datas de quando vai ser aprovado e publicado no Diário da República, bem como da sua execução e implementação, porque de promessas estamos fartos", dizia Guilherme Silva, na terça-feira, 10, um dia depois do início da greve que era previsto durar 18 dias e comprometer o período de provas se as reivindicações dos professores não fossem, mais uma vez, tidas em conta pelo Governo.

Os professores aderiram em massa a esta greve, que teve uma adesão "acima dos 90%".

O memorando de entendimento, com acções a serem cumpridas até o próximo ano, foi assinado ontem, sexta-feira, 13, entre o SINPROF, em representação dos professores, e o Governo, representado pelos secretários de Estado do Ministério da Educação e do Ministério da Administração Pública, Trabalho e Segurança Social.