A posição foi transmitida hoje à Lusa pelo vice-presidente do Sindicato Nacional dos Professores Angolanos (Sinprof), Manuel de Vitória Pereira, tendo apontado como exemplo "o irrisório" número de vagas para a reconversão da carreira, uma das reivindicações dos professores do ensino geral.

De acordo com o sindicalista, o Ministério da Educação garantiu apenas 6.701 vagas para reconversão dos docentes, um número que afirma ser insuficiente face "aos problemas" em todas as províncias.

"Só há 34 vagas na província do Bié. Parece que vai dar problemas, daí que vamos manter encontro com os nossos secretários provinciais", disse.

Segundo Manuel de Vitória Pereira, esses dados foram revelados "sob pressão" pelo Ministério da Educação no encontro mantido com o Sinprof na quarta-feira em que o patronato garantiu a implementação de algumas reivindicações dos professores "apenas em 2018".

"Que tem a ver com a revisão da carreira docente, recenseamento dos beneficiários do subsídio de diuturnidade e tem a ver também com a passagem de uma série de professores do regime probatório", sublinhou.

Ainda no quadro das negociações, referiu, o Sinprof manifesta-se descontente por persistir no âmbito da classificação laboral e salarial dois pesos e duas medidas, entre docentes com o mesmo histórico e qualificações.

"Significa que ficaram de fora da revisão das suas categorias uma série de quadros e esta injustiça é gritante. De tal forma, que estão quadros licenciados a ganhar como tal e outros a ganharem como técnicos médios, por exemplo", explicou.

São essas preocupações, disse ainda, que serão levadas no encontro de 15 de Julho com os secretários provinciais do Sinprof, de forma a "avaliar os cenários", sendo que a terceira fase da greve geral "não está posta de parte", em função do "descontentamento no seio dos professores".