A revelação é feita nas páginas do Financial Times que coloca o HSBC, embora sem revelar montantes, no centro do esquema alegadamente que envolve o Fundo Soberano de Angola e o BNA numa transferência ilegal de 500 milhões USD para o Reino Unido, inicialmente apontada ao Credit Suisse.

No entanto, segundo o jornal britânico, o Credit Suisse detectou que a transferência ilegal a partir do BNA envolvia documentos falsificados e que, por isso, não recebeu quaisquer fundos com origem nesta alegada fraude.

Face a este processo, o Credit Suisse já veio defender-se garantindo desconhecer qualquer fraude relacionada com uma conta sua.

O Credit Suisse garante mesmo em comunicado emitido ontem que "não tem registo da alegada fraude" nem da alegada "documentação falsa" e que "não recebeu quaisquer verbas relacionadas" com ela, sublinhando ter fornecido toda a informação às autoridades.

O HSBC esteve envolvido nos últimos anos em algumas das mais duvidosas operações financeiras ligadas ao branqueamento de capitais e, segundo o FT, esta revelação pretende indicar que o seu sistema de "compliance" está a funcionar.

Ainda segundo o mesmo jornal, outros bancos estão a verificar se receberam quaisquer verbas envolvidas na transferência dos 500 milhões de dólares que a PGR angolana suspeita estar eivada de ilegalidades e, por isso, constituiu José Filomeno dos Santos e Valter Filipe arguidos.

Ainda segundo o FT, o HSBC não dispõe de nenhuma conta em nome de José Filomeno dos Santos e acredita ter rapidamente detectado a "actividade suspeita" e informado as autoridades britânicas depois de a transferência ter feito disparar os alertas da instituição para travar ilegalidades relacionadas com a lavagem de dinheiro.

Recorde-se que a Agência Nacional contra o Crime britânica, como o Novo Jornal Online noticiou, autorizou, a 19 de Março, a devolução dos 500 milhões USD a Angola.