José Filomeno dos Santos "Zenu", filho do ex-Presidente da República, José Eduardo dos Sabtos, e Valter Filipe, a que se juntam ainda, na condição de arguidos, Jorge Gaudens e António Samalia Bule, estão acusados de branqueamento de capitais e peculato, no âmbito do conhecido caso dos 500 milhões USD transferidos ilegalmente do BNA para o estrangeiro.

Este julgamento estava marcoo para 25 de Setembro mas, porque o advogadode Valter Filipe, Sérgio Raimundo, estava impossibilitado pela participação noutro julgamento, o do general Zé Maria, no Supremo Tribunal Militar.

Alegadamente os 500 milhões USD, que acabaram por ser recuperados pelo Estado angolano, tinham como função criar condições para um financiamento alargado, de 35 mil milhões USD, para Angola, abrangendo um sindicato de bancos, através da empresa Mais Financial Services, S.A.

Zenu aparece neste julgamento pronunciado pelos crimes de peculato e branqueamento de capitais no seguimento da transferência dos 500 milhões USD para um banco em Londres, Reino Unidos, em Setembro de 2017, cuja finalidade era criar um fundo estratégico de 35 mil milhões USD que deveria viabilizar projectos estruturantes para a economia nacional, entre outras valias, nomeadamente a disponibilização de uma quantia avultada em moeda estrangeira - cerca de 300 milhões USD por semana - para responder às necessidades cambiais do país.

José Filomeno dos Santos, Jean-Claude Bastos de Morais, presidente da Quantum Global, uma empresa suíça que estava a gerir com Zenu o FDSEA, e Valter Filipe, estiveram cerca de um ano, até Março deste ano, em prisão preventiva.

O empresário Bastos de Morais, com dupla nacionalidade, suíça e angolana, após ter chegado a acordo com o FDSEA, deixou o país, logo após ter sido libertado, porque esse mesmo acordo consubstanciava a retirada de todas as queixas em tribunal contra si.

Entretanto, recorde-se, Zenu, em carta dirigida à Ordem dos Advogados, pediu um defensor oficioso ao mesmo tempo que dispensava os serviços do conhecido escritório de advogados Legis Veritas.

A carta chegou à Legis Veritas poucos dias antes da data que deveria marcar o início do julgamento, 25 de Setembro, tendo sido adiado sem data definida que agora se sabe ser a próxima segunda-feira, 09.