Depois de meses de tréguas, presos da Comarca Central de Luanda (CCL) estão novamente em greve de fome por melhorias das condições sociais dentro daquela unidade prisional.

Segundo dois presos que falaram via telefónica com o NJ, a maioria dos encarcerados chegaram a comer comida estragada em, pelo menos, cinco dias da semana.

A unidade, pensada para pouco mais de 500 presos, conta actualmente com cerca de dois mil detidos. Os presos que optaram pela greve, segundo as nossas fontes, são na sua maioria detidos que aguardam julgamento.

Os presidiários reclamam principalmente da comida, "com mau cheiro", e da "água suja que são obrigados a beber quase todos os dias".

"A comida que nos dão é toda ela estragada, não sabemos onde é que vão buscá-la, porque não acredito que a alimentação que nos é dada seja feita aqui. Vivemos como ratos, praticamente", garante um detido identificado como Francisco, que detalhou a situação dentro da cadeia de Luanda.

Outro preso que se identificou como André, de 28 anos, disse que os reclusos da cadeia de Luanda já há muito tempo que não fazem as três refeições por dia e que o facto é do conhecimento do director da cadeia da comarca de Luanda, que nada faz para resolver a situação.

"No ano passado, a nossa alimentação não passava de feijão e funje de milho, todos os dias, ou arroz branco sem nada. Este ano as coisas só estão a piorar, porque quando nos dão o arroz ou o funje já vêm estragados", denunciou.

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