Alberto Pacheco, porta-voz da PN na província do Moxico, avançou ao NJOnline que foi aberto um inquérito para apurar a forma como ocorreram estas mortes e afirmou que já foram feitas seis detenções relacionadas com este episódio que teve lugar na tarde deste sábado, 4.

"O delegado do Ministério do Interior no Moxico ordenou a abertura de um inquérito e também a instauração de um processo investigativo para saber o que ocorreu de facto", disse o oficial.

Alberto Pacheco salientou que a invasão da esquadra aconteceu após os agentes da Polícia Nacional socorrerem um cidadão que estava a ser espancado por membros da sua família e por populares por supostamente ser "o feiticeiro do bairro".

"Os nossos efectivos foram accionados a meio da tarde de sábado, 4, para resgatarem um cidadão residente numa das povoações daquela municipalidade, que na altura sofria espancamentos por, supostamente, ser o feiticeiro do bairro", disse, acrescentando que, no local, os agentes conseguiram afastar os agressores, tendo levado o agredido para o posto policial do Lucusse.

"Os agressores, descontentes com a actuação da polícia, reuniram-se num grupo de cerca de 300 pessoas, entre mulheres e crianças, dirigiram-se à esquadra da polícia, munidos de catanas, paus, enxadas, facas e outros objectos contundentes, com o intuito de assassinar o referido feiticeiro do bairro", contou.

O responsável disse ainda que a Polícia Nacional, na tentativa de evitar a morte do suposto feiticeiro, tentou travar a entrada dos agressores na esquadra.

"Na tentativa de os efectivos da PN se defenderem dos agressores, um dos agentes foi brutalmente espancado e morreu de imediato no local", descreveu, sublinhando que durante a confusão os efectivos da PN tiveram que recorrer a armas de fogo para dispersar os agressores.

"Na salvaguarda da autoridade do Estado, as nossas forças efectuaram alguns disparos para dispersar os agressores, tendo num dos disparos atingido mortalmente um menor de dez anos, integrante do grupo dos invasores", afirmou.