Em conferência de imprensa, o porta-voz do MPLA, Esteves Hilário, que leu a declaração do Bureau Político do MPLA, disse que as reivindicações dos trabalhadores, por mais legítimas que sejam, não podem impor risco à solvabilidade das contas pública, nem colocar as empresas e famílias numa situação que as impossibilite de pagar salários, o que redundaria num clima de desemprego generalizado.

"O Bureau Político do Comité Central do MPLA exorta, assim, as centrais sindicais a privilegiarem o diálogo como forma de resolução dos pontos divergentes do caderno reivindicativo, voltando para o efeito à mesa de negociações", diz a declaração do órgão máximo do MPLA, apresentada pelo seu porta-voz.

O MPLA, segundo o porta-voz, exorta, por outro lado, ao cumprimento escrupuloso da prestação dos serviços mínimos às populações nos exactos termos da Lei, se e enquanto decorrer a grave.

O órgão incita ainda o Executivo a manter a postura de diálogo que vem manifestando, no sentido de serem encontradas as melhores soluções, que satisfaçam os interesses das partes, colocando sempre em primeiro lugar o interesse público.

"Apelamos a todos os angolanos e manter a calma e a serenidade, cientes de que o bom senso prevalecerá. Que este momento desafiador seja uma soberana oportunidade para fortalecimento dos lanços entre o Executivo e as centrais sindicais, visando um futuro próspero e harmonioso para todos os angolanos", diz o MPLA.

Respondendo a algumas questões colocadas pelos jornalistas, Esteves Hilário garantiu que as reivindicações das centrais sindicais já foram cumpridas pelo Executivo em 80 por cento, por isso tem confiança de que não chegará a haver uma greve geral.

"Entendemos as dificuldades que os trabalhadores estão a enfrentar neste momento, não temos a capacidade para aumentar muito os salário, uma situação que pode criar dificuldades na tesouraria", disse, frisando que o Executivo vai aumentar ordenados como querem os sindicatos, mas de uma forma faseada.

"O MPLA tem acompanhado com muita preocupação o processo negocial entre o Executivo e as centrais sindicais e tomou conhecimento da declaração da greve geral. O Executivo pensa resolver este problema de acordo com as exigências dos sindicatos, aumentando anualmente em 25 por cento os salários.