"As casas de compra e venda de diamantes são os principais fomentadores da extracção ilícita de diamantes", denunciou o comandante provincial da Polícia Nacional e delegado do Ministério do Interior, António Bernardo, citado pelo Jornal de Angola.

O comandante provincial da Polícia Nacional reconheceu que "existem, na Lunda-Norte, grandes focos de garimpo ilegal de diamantes, cuja actividade é estimulada pelos cidadãos nacionais e estrangeiros que colaboram com os proprietários das casas comerciais de compra de diamantes, que por sua vez são os patrocinadores da actividade de extracção ilícita nas reservas do Estado".


António Bernardo avançou também que a maior parte das casas que comercializam diamantes não estão autorizadas para o exercício da actividade.

"As poucas que têm licença do Corpo Especial de Segurança de Diamantes têm a sua documentação caducada", expôs, declarando que "a Polícia tem informações de que os potenciais compradores de diamantes são estrangeiros que, com auxílio de nacionais, prestam apoio financeiro e material aos garimpeiros ilegais, com a finalidade de servirem de mão-de-obra nas acções de extracção clandestina nas reservas do Estado".

O comandante da PN disse ainda que "para além de ofertas em dinheiro, os promotores da exploração ilícita prometem aos garimpeiros contratados bens materiais como viaturas, motorizadas e electrodomésticos como recompensa".

De acordo do «m António Bernardo, "os crimes ligados à extracção, compra e venda ilícita estão a ganhar proporções alarmantes e têm sido um factor fundamental para a imigração ilegal".

Até ao momento, foram detidos, no âmbito da "Operação Transparência", 103 cidadãos estrangeiros de diferentes nacionalidades que se dedicavam à extracção e compra ilegal deste mineiro.

Entretanto, a direcção do Posto de Comando da "Operação Transparência" anunciou que vai realizar uma conferência de imprensa, na próxima sexta-feira, dia 5 de Outubro, a fim de prestar todas as informações sobre a operação.