"Os nossos colegas tiveram um procedimento reprovável no que às normas policiais dizem respeito. Há um sentimento na população segundo o qual não há responsabilização quando um polícia comete um ilícito e é preciso dar resposta a este sentimento. Contudo, as expulsões não são uma novidade na PN, sendo que as cerimónias têm sido, até, públicas", observa um quadro sénior da PN, que preferiu o anonimato.

A fonte descreve que a acção de repulsa a actos indecorosos no seio da corporação segue o princípio da não discriminação e cita a inclusão de um intendente no grupo dos agentes expulsos como exemplo.

Explica que a expulsão no seio da PN se dá após a instauração do processo disciplinar, visando apurar "toda a prova" que sustenta a acusação: "O Regulamento de Disciplina da PN estabelece as situações em que pode ser aplicada a pena de demissão. E a concussão ou extorsão ou ainda a burla de valores monetários constituem razões bastantes para aplicar a pena de demissão".

A fonte adianta que, actualmente, estão sobre a mesa do comandante-geral da PN, Paulo de Almeida, mais 14 processos de agentes policiais "envolvidos em actos passíveis de expulsão" da corporação.

"A decisão sobre o futuro de outros 14 colegas deve ser tomada nos próximos dias. É muito pouco provável que sejam ilibados. O que se quer passar com estas medidas é inibir os colegas a pautarem por má conduta", acrescenta a fonte.

Não foi preciso quanto aos procedimentos indecorosos em que estão envolvidos os agentes sob processo disciplinar na PN. Entretanto, outro quadro da corporação, que também preferiu o anonimato, avançou que, no grupo, estão agentes associados à morte de cidadãos durante a actuação no quadro do combate à Covid-19 no País.

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