Com os arguidos foram encontrados 46 quilos de drogas do tipo cocaína, que retiraram de um contentor de alimentos, do Porto de Luanda.

O superintendente-chefe foi contratado pelos restantes arguidos para proteger a mercadoria ilícita na sua viatura em troca de 20 milhões de kwanzas, e era tido como o protector dos demais implicados.

Segundo a acusação, o navio atracou no Porto de Luanda, no dia 13 de Maio de 2023, proveniente do Brasil, e estava carregado de contentores frigoríficos com diversas mercadorias.

Entretanto, entre os contentores que o navio trazia, estavam três que continham alimentos perecíveis, que também traziam escondidos no sistema de ventilação 38 pacotes de cocaína.

Um dos arguidos, gerente de segurança patrimonial da DP World, desligou o sistema de gravação das câmaras de videovigilância, do dia em que outro arguido, também funcionário da referida empresa, retirou do contentor os pacotes.

Conforme acusação do Ministério Público (MP), os arguidos, de forma concertada, participaram, cada um com tarefas específicas, para a retirada das drogas no contentor, nas instalações da empresa DP World, localizada no Porto de Luanda.

A acusação refere que 16 pacotes foram movimentados e entregues a um dos acusados, para retirar o produto do Porto de Luanda, na sua viatura.

Um deles acabou sendo monitorado pelos operativos do Serviço de Investigação Criminal (SIC), do Porto de Luanda, que o detiveram em posse dos 16 pacotes de drogas, numa mochila.

Segundo o SIC, diligências foram feitas e detectou-se que no mesmo contentor havia outros pacotes de drogas que foram aprendidos e levados ao laboratório onde concluiu tratar-se de cocaína.

Fontes do processo contaram ao Novo Jornal que o oficial superior da Polícia Nacional, do comando geral, tentou obstruir as investigações do SIC, pois era ele tido como o protector dos restantes envolvidos.

Sendo assim, o MP acusa este superintendente-chefe e outros sete arguidos, dos crimes de tráfico de droga e outras actividades ilícitas, bem como de associação criminosa.

Os arguidos encontram-se em prisão preventiva e o julgamento decorre no Tribunal de Comarca de Luanda.