Segundo o jornal norte-americano The Wall Street Journal, o ataque ocorrido no Mar Báltico foi realizado sob a supervisão do comandante-chefe do exército ucraniano da época, apesar de Zelensky ter solicitado que a operação fosse interrompida.
"Mesmo que (...) os ucranianos tenham participado (na acção), é claro que não o poderiam ter feito sozinhos. É claro que, para se realizar um ataque deste tipo, a ordem veio do mais alto nível, como se costuma dizer, e do mais alto nível para o Ocidente é, naturalmente, Washington", avançou Lavrov ao media russo Izvestia.
O mandado de captura europeu foi emitido em Junho pelo Ministério Público Federal alemão contra o instrutor de mergulho ucraniano que vivia na Polónia, não muito longe de Varsóvia.
A justiça polaca confirmou que tinha recebido o mandado da Alemanha contra o ucraniano residente na Polónia, mas informou que este já tinha abandonado o país.
Na quinta-feira, as autoridades ucranianas descreveram como "absolutamente absurdo" o potencial envolvimento do país na operação de sabotagem que visou o Nord Stream, numa reacção a alegações nesse sentido publicadas pelo jornal The Wall Street Journal.
Segundo o jornal norte-americano, que afirmou basear-se nomeadamente em fontes militares ucranianas, o ataque ocorrido nas profundezas do Mar Báltico foi realizado sob a supervisão do comandante-chefe do exército ucraniano da época, Valery Zalouzhny, apesar de o Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, ter solicitado que a operação fosse interrompida.
Depois de ter revelado os progressos na investigação judicial, a imprensa alemã tem sido mais cautelosa sobre um possível envolvimento de altas autoridades ucranianas.
A sabotagem dos dois gasodutos que ligam a Rússia à Alemanha e transportavam a maior parte do gás russo para a Europa ocorreu em 26 de Setembro de 2022, sete meses depois da invasão russa da Ucrânia.
Quatro fugas de gás, precedidas de explosões subaquáticas, ocorreram com poucas horas de intervalo nos dois gasodutos, que não estavam em funcionamento na altura.
A Rússia já tinha deixado de fornecer gás através do Nord Stream 1, no contexto de um conflito energético com os países europeus que apoiam a Ucrânia, e o Nord Stream 2 nunca entrou em funcionamento.
Apesar de não estarem operacionais, os dois gasodutos operados por um consórcio do gigante russo Gazprom estavam cheios de gás.
A Ucrânia acusou na altura a Rússia de responsabilidade pelas fugas nos gasodutos, acusações que foram devolvidas por Moscovo.