"Idiota útil" é alguém que se acha muito inteligente, mas, mesmo sendo-o, é tão facilmente manipulado e persuadido pela bajulação de pessoas com poder (ou que já tiveram poder), que está preparado para servir os seus fins e permite-se ser manipulado e mesmo enganado. Um " idiota útil " é um idiota por opção, é alguém muito ingénuo, mas que se julga muito inteligente. Uma parcela considerável dos "idiotas úteis" são pessoas que alinham com um movimento, com uma corrente de pensamento porque acreditam honestamente que estão a trabalhar por justiça e por uma sociedade melhor.

Sentem-se uma espécie de justiceiros ou paladinos das nobres causas. Actuam cegamente em nome de interesses obscuros e de causas que não são suas. Quando descobrem que foram enganados, costuma ser sempre tarde demais e logo depois são descartados. Depois de a sua "missão" ter terminado, deixam de ser úteis e são substituídos por outros "idiotas" que passam a ter maior "utilidade" na visão de quem os cria, alimenta e sustenta. Sem que se perceba, o País já vai tendo um dos maiores reservatórios mundiais de "idiotas úteis".

Os "idiotas úteis" são os bobos da Corte dos tempos modernos. O bobo da Corte era um artista contratado pelas cortes europeias na Idade Média para divertir os Reis e o seu séquito. Como era um palhaço, era considerado cómico e, muitas vezes, desagradável. Além de fazer a Corte rir, ele também dançava, tocava instrumentos e era, muitas vezes, o mestre-de-cerimónias das festas reais. Hoje, os "idiotas úteis " são uma versão moderna e melhorada dos bobos da Corte, encontrando na Internet ou nas redes sociais o palco perfeito para destilar fel e verborreia, bem como mostrar serviço nas funções de milícias digitais ao serviço do "Laboratório Central". São idiotas, pronto! A maior parte deles não sabe disso e seria útil se o soubessem. Mas quem os manipula e faz isso deles sabe bem quão descartáveis são. Mas enquanto forem úteis para defender os seus interesses, alimentar a sua estratégia e "vender" umas ideias não custa nada utilizá-los em seu proveito. Hoje, os "idiotas úteis" são bastante úteis na estratégia de "espalhar" informação propositadamente falsa, inventada, com o objectivo de enganar, gerar indignação geral e, em muitos casos, retirar dividendos políticos. Eles são uma valiosa milícia digital, um verdadeiro mecanismo de fachada para exercer uma das actividades mais perigosas dos dias de hoje: desinformar, manipular e criar ódios. Há um pergunta muito útil que gosto de deixar para a reflexão: Qual é o efeito da desinformação/manipulação sobre as escolhas politicas dos cidadãos?

" Ser assertivo é muito diferente de ser agressivo, as pessoas assertivas conseguem dizer tudo aquilo que deve ser dito, mas sem perder a noção do real e do ridículo e, acima de tudo, sem abdicar do respeito pelo outro, mesmo que o outro esteja nos antípodas do nosso pensamento. As pessoas agressivas são exactamente o oposto. Quase sempre gente que lida com algum tipo de frustração, convencida da sua superioridade intelectual e moral, que recorre ao insulto como forma de sobrevivência na luta pela permanente visibilidade. Acreditam-se gravemente subvalorizadas. Para ganhar protagonismo, não há nada mais eficaz do que a verborreia, mas isso é como andar em bicos de pés. No meio desta gente, até existem pessoas com valor real, infelizmente se perdem numa vaidade desmedida, enquanto aplaudidas por uma trupe de fiéis seguidores, transformados em claque...", escreveu há tempos o amigo jornalista e colunista deste jornal, o Nuno Andrade Ferreira (NAF).