Como o Novo Jornal constatou, no sector da educação, a paralisação é total e os alunos tiveram que regressar a casa, porque os professores não estão a dar aulas devido à greve.

Nos sectores da saúde e da justiça, os serviços mínimos estão a ser prestados. Os médicos estão a atender apenas casos graves e consultas já agendadas.

O Novo Jornal constatou em alguns pontos da província de Luanda que há uma presença policial nas ruas, com maior destaque para as Unidades Caninas e Cavalaria, Polícia de Intervenção Rápida, Unidade de Reacção e Patrulhamento e ordem pública.

Para além destas forças visíveis, o Novo Jornal sabe que há também uma presença considerada de forças de baixa visibilidade em diversos pontos para quaisquer eventuais reacções.

As centrais sindicais pedem aos funcionários públicos para ficarem em casa e a não se intimidarem com o anuncio dos descontos nos salários como represália.

Segundo as centrais sindicais, a luta é de todos e apelam aos trabalhadores para não aceitarem que líderes sindicais, em nome de interesses pessoais, impeçam a realização da greve de 22 a 30 de Abril.

As centrais criticam o aumento de 30 mil kz nos salários da Função Pública anunciado pelo Governo e dizem que é muito pouco, daí a segunda fase da greve.

"Os sindicatos não foram ouvidos, e o que a legislação recomenda é que os sindicatos devem ser consultados quando há uma medida relacionada com os salários. Mas nós não fomos ouvidos. Este aumento não corresponde às expectativas dos trabalhadores. Há uma perda do poder de compra, metade do nosso salário foi levado pela inflação e, mais do que isso, a carga fiscal pesa sobre os nossos rendimentos", assegura o porta-voz das centras sindicais, Teixeira Cândido.

Segundo Teixeira Cândido, a última etapa das paralisações na Função Pública acontecerá no mês de Junho, mês que, segundo o Governo, será implementado nos salários dos trabalhadores da Função Pública os 30 mil kz.

Entretanto, o Executivo, através do Ministério da Administração Pública, Trabalho e Segurança Social (MAPTSS), diz estar aberto ao diálogo, mas ainda não conseguiu evitar a paralisação de na Função pública, tanto na primeira fase, como agora na segunda.

No sector privado tudo está normal e não há qualquer paralisação em nenhum dos sectores, como constatou o Novo Jornal esta segunda-feira.