Em tribunal, nada ficou provado que a também ex-conselheira dos então comandantes-gerais Paulo de Almeida e Arnaldo Carlos moveu várias patrulhas da polícia para procurar um cidadão que era acusado de raptar a própria filha, de 12 anos, após receber o pedido de uma amiga, neta da criança.
Em sede de julgamento, e durante a sua audição, o actual comandante-geral da PN, Francisco Ribas, arrolado no processo-crime como testemunha, por ser, à data dos factos, o comandante da Polícia Nacional em Luanda, frisou que a então comandante "Bety" não teria cometido qualquer excesso e que as diligências efectuadas foram no âmbito de patrulhamento de proximidade.
Após ser absolvida, Elizabeth Frank disse ao Novo Jornal que não sai daquela corte militar satisfeita, "embora a justiça tenha sido feita", mas realçou que "algumas pessoas, inclusive o queixoso, criaram algo para ofuscar o seu percurso policial brilhante".
A comandante diz lamentar o facto de alguns polícias terem prestado falsas declarações e esperar que quem o fez mal, que peça desculpa.
Elizabeth Rank Frank assegura que a pessoa que a colocou em tribunal se aproveitou da fragilidade da polícia.
"Absolvida fui, com justiça, mas não saio daqui bem, saio triste porque há coisas que não se fazem. Fui à esquadra para prestar ajuda uma cidadã, amiga, que estava aflita. Porque sei que há esquadras que fazem mau trabalho, isso é verdade. O cidadão que me trouxe aqui aproveitou-se da fragilidade da polícia", explicou.
Segundo a acusação do Ministério Público Militar, a comandante "Bety" teria movido patrulhas da polícia para procurar um cidadão que era acusado de raptar a própria filha, de 12 anos, rapto esse considerado inexistente pelo comando municipal da polícia, que percebeu, depois que a menor se tinha refugiado em casa do pai, depois de se queixar que era maltratada pela mãe.
À revelia, conta a acusação, a 'comandante Bety' criou uma equipa de busca e captura do cidadão, que procurou por quase toda a cidade de Luanda, como se de um indivíduo altamente perigoso se tratasse, incluído em duas residências de um renomado general, parente do pai da menor, sem os devidos formalismos.
A acusação diz que as viaturas-patrulha da PN, assim como outros meios, foram movidos do comando do Talatona por ordem de Elizabeth Rank Frank, agora absolvida.