Estes medicamentos são muitos importantes para os portadores do vírus do SIDA, pois impede a multiplicação do VIH no organismo e ajudam a evitar o enfraquecimento do sistema imunológico.

Algumas unidades sanitárias dizem que os serviços mínimos da greve não abrangem as áreas das entregas destes fármacos aos pacientes.

Estes, por sua vez, lamentam o facto dos profissionais da saúde não levarem em atenção a situação dos portadores desta doença que diariamente têm de tomar um a dois comprimidos, sob risco de verem a sua situação clínica agravar-se.

Os pacientes dizem que na primeira fase da greve, no mês passado, estes serviços funcionaram com normalidade e estranham como, agora, na segunda fase, não estão a funcionar.

Ao Novo Jornal contaram que todos os dias há portadores de SIDA que se deslocam sem proveito aos hospitais para levantarem os seus anti-retrovirais, para o tratamento da doença, mas os profissionais da saúde nos hospitais estão em greve, situação que os deixa preocupados visto que são obrigados a tomarem este medicamento todos os dias.

"Os meus anti-retrovirais terminaram na semana passada. Na segunda-feira fui ao Hospital levantar, infelizmente não me atenderam porque estão em greve", contou uma portadora.

Outra, disse que ficou triste pelo facto de a grave afectar as áreas das entregas dos medicamentos às pessoas portadoras do vírus da SIDA.

Entretanto, o Movimento de Acesso ao Tratamento da SIDA pede aos profissionais da saúde, em greve para não prejudicarem os portadores desta doença, visto que sete dias sem tomar os anti-retrovirais deixa o paciente sem resistência, o que pode ser perigoso.

"Podem até fazer a greve, mas abram as farmácias por favor", apela o movimento que luta pelo acesso ao tratamento desta doença.

Segundo este movimento, todo o serviço ligado ao VIH é de urgência, daí ser necessário que os profissionais não os ignoram.

Entretanto, o Novo Jornal deslocou-se a dois hospitais de Luanda, um em Viana e outro no Kilamba Kiaxi, e constatou que as farmácias para estas áreas estão sem atendimento.

Indagados sobre este tema, alguns profissionais disseram que não podem desobedecer à greve decretada pelas centrais sindicais.

Sobre o assunto, o Novo Jornal tentou sem sucesso ouvir o sindicato dos médicos, assim como as centrais sindicais, pelo que vai continuar a tentar.