A morte de 48 pessoas em Kananga, na quinta-feira, foram hoje relatadas pela imprensa congolesa-democrática e pelas agências internacionais, e aconteceram num quadro de extrema violência quando os combatentes leais a Nsapu entraram na cidade de Kananga, gritando palavras de natureza nacionalista em relação ao Kasai Central.

Kamwina Nsapu era um líder tradicional muito respeitado que morreu em Agosto durante confrontos entre os seus apoiantes e as forças de segurança, após ter ameaçado expulsar todas as estruturas do Estado da RDC na região, num claro movimento de exigência de autodeterminação.

Na quinta-feira tiveram lugar os primeiros confrontos, mas, no dia seguinte, ontem, as hordas de jovens regressaram para tomar o aeroporto de Kananga e ali ocorreram novos confrontos, com vários mortos como resultado. O número de vítimas pode aumentar, à medida que a polícia vai impondo a calma possível.

Segundo a agência EFE, Kananga é hoje uma cidade fortemente militarizada.

Esta nova frente de violência, deixa a RDC numa situação de instabilidade pouco vista em décadas, com a capital, Kinshasa, a ferro e fogo por causa do atraso no calendário eleitoral das presidenciais que vão pôr fim ao poder de Joseph Kabila no país, com o Kivu Norte, mas também no Kivu Sul, alvos de sucessivas incursões das guerrilhas do Uganda e do Ruanda e, agora, no Kasai Central, com o regresso das milícias de Nsapu.