Apesar de reconhecer que o país ainda apresenta um "quadro de predominância de bens importados", José Eduardo dos Santos sublinha que "foram definidas medidas concretas para estimular o fomento e aumento da produção nacional, com vista a reduzir paulatinamente as importações daqueles produtos que podem ser produzidos internamente, e a aumentar a diversificação e aumento das exportações".

Para o Presidente da República, essa dependência do mercado externo "impede de momento a adopção de medidas cambiais e monetárias clássicas", nomeadamente uma desvalorização do kwanza para protecção das reservas internacionais e uma subida das taxas de juro para travar a inflação que daí pudesse advir.

"O efeito combinado destas medidas iria desacelerar o investimento privado e indispensável à diversificação sustentável da nossa economia. Pensámos assim ter criado as condições para atender melhor às necessidades da população e da economia", sublinhou o Chefe de Estado.

A análise do Presidente da República e Chefe do Executivo foi apresentada na abertura da primeira sessão extraordinária de 2017 do Comité Central do MPLA, que decorreu ontem, no Futungo de Belas, em Luanda.

"Na actual situação económica e financeira do país damos particular atenção ao controlo da inflação, à estabilização das reservas internacionais líquidas e à aceleração dos processos que reduzam a dependência externa no acesso aos bens essenciais de consumo e conduzam à diversificação das receitas fiscais", apontou José Eduardo dos Santos, para quem os esforços do Executivo estão à vista.

"A canalização meticulosa dos recursos cambiais para a importação dos bens de primeira necessidade e dos insumos necessários à sua produção, a par de uma política de rendimentos compatível com a trajectória de ajustamento que foi traçada têm permitido uma redução sensível dos preços dos bens da cesta básica, protegendo as famílias de menor rendimento", considerou o líder do MPLA, confiante na redução da inflação.

"Temos neste momento boas razões para confiar numa trajectória descendente da inflação que já se situa próxima do intervalo que ambicionamos, de uma variação mensal dos preços não superior a 1,5%", revelou.