Escrito, produzido e rodado em Angola pelo colectivo Geração 80, o filme, com música de Aline Frazão, conta no elenco com José Kiteculo, Filomena Manuel, David Caracol, Sacerdote, Tito Spyck e Filipe Pali.

"Quando os ares-condicionados da cidade de Luanda começaram misteriosamente a cair, Matacedo (guarda) e Zezinha (empregada doméstica) têm a missão de recuperar o aparelho do chefe. Essa missão leva-os à loja de materiais eléctricos semi-abandonada do Kota Mino, que está a montar em segredo uma complexa máquina de recuperar memórias, lê-se na sinopse do filme, disponível no 'site' do colectivo Geração 80.

No site lê-se ainda que é num destes prédios localizado na Rua Rainha Ginga, numa das artérias da Mutamba, no coração da cidade de Luanda que a narrativa se desenrola.

"Tal como Matacedo e Zézinha, o Prédio é também um personagem - principal - com todas as suas ramificações e infiltrações. Como muitos outros edifícios, construídos por volta dos anos 50 ainda durante o período colonial, está hoje carcomido pelo tempo, pela história, pela salvação individual. Nele, os quartos apertados, desenhados para uma pessoa apenas, foram reconfigurados para albergar famílias inteiras, a parte que sobra do terraço não ocupada por novos anexos virou um campo de futebol onde as crianças correm entre o estendal e os pátios nas traseiras tornaram-se um repositório de geradores, tanques e bombas de água, tubagens e fios elétricos emaranhados criando um cenário - real, irreal, surreal - pronto a filmar. Correm risco de ruir, sim! mas carregam com nele uma parte de nós, uma amostra da nossa sociedade, ditam o pulsar desta cidade e obrigam-nos, ainda que a contra-gosto, a coabitar", descreve o colectivo no site.