Com uma experiência de mais de 30 anos na produção, edição e divulgação da música infantil feita em Angola, Kim Freitas considera "deficitário" o estado actual deste género no País.

Carinhosamente tratado nas lides musicais por «tio Kim», Freitas até elogia o facto de as igrejas possuírem escolas dominicais e grupos de cantos corais para crianças, mas entende que "está tudo estacionário", porquanto a feitura de música neste segmento "raramente resulta na produção de discos e videoclipes".

Já no capítulo da promoção, analisa Kim Freitas, por as estações de rádio públicas das 18 províncias terem programas infantis, "alguma música" vai sendo divulgada, ao contrário do cenário "muito mal" que se verifica ao nível das televisões.

"Não há muito interesse em investir-se na música infantil", queixa-se tio Kim, sublinhando que não se trata de falta de cantores, mas, sim, de "políticas próprias" e de "visão estratégica" por parte de organismos de tutela cultural e de crianças, que ignoram ou desconhecem a importância da música infantil no processo de educação e socialização das crianças.

Kim Freitas recomenda, por isso, que as rádios e televisões tenham programas infantis "regulares e atractivos" e que as escolas incorporem nas actividades lúdico-recreativas concursos de música, tendo sempre em atenção o facto de que "cantar não é apenas uma forma de se divertir, mas, sim, uma necessidade fisiológica para a criança com vista a que ela aprenda a articular bem as palavras e a socializar-se".

(Leia este artigo na íntegra na edição semanal do Novo Jornal, nas bancas, ou através de assinatura digital, disponível aqui https://leitor.novavaga.co.ao e pagável no Multicaixa)