O futebol angolano volta a dar sinais de falência. Depois dos fracassos desportivos da selecção nacional sénior de futebol masculino, da desistência do Benfica de Luanda da presente edição do GirabolaZAP, e das repetidas notícias sobre clubes com atrasos salariais, chegou a vez de o JGM do Huambo "atirar a toalha ao chão", caminho que pode ser seguido pelo FC Bravos do Maquis.

Recorde-se que as duas equipas ascenderam ao Girabola na última temporada, e ambas enfrentam ainda o risco da despromoção à 'Segundona'.

Segundo o vice-presidente desportivo do clube do Huambo, Pedro Kakinda, a decisão de abandono tem efeitos imediatos e estende-se à participação na Taça de Angola, que regressa aos relvados este fim-de-semana, para disputa da primeira mão dos oitavos-de-final.

"Amanhã não iremos jogar com o Petro", anunciou hoje o dirigente, diante das câmaras da TPA.

"Faltam cinco jornadas para o fim do Girabola e chegámos à conclusão que não temos mais capacidade financeira", explicou o responsável, acrescentando que as dívidas do JGM rondam os 40 milhões de Kwanzas.

"Conforme se diz na gíria, o elástico rebentou e não temos mais de onde tirar [dinheiro]", lamentou Pedro Kakinda.

Já o director para o futebol do clube do Moxico, José Barracas, adiantou que a equipa está sem recursos financeiros para embarcar para Luanda, onde defronta, no domingo, o ASA para a Taça de Angola.

Citado pela Angop, o dirigente adiantou que a equipa está sem salários há três meses, responsabilizando o patrocinador oficial do clube, a SODIAM, concessionária da ENDIAMA, pelos incumprimentos.

"A situação é preocupante e pode levar a equipa a desistir do Girabola2017 ou a descer de divisão. Já vivemos a mesma situação quando fomos à Lunda Norte para disputar o jogo da 25.ª ronda contra o Sagrada Esperança. Tivemos que recorrer a pessoas amigas para custear as despesas e evitar falhar o desafio", lamentou.