Em Malanje, o presidente do conselho de administração do maior banco angolano, e também aquele que observa maiores problemas relacionados com o crédito malparado, afirmou que a lista será divulgada se os compromissos assumidos não forem cumpridos até ao final do mês corrente.

Citado pelo Jornal de Angola, André Lopes diz que nessa lista vai constar os nomes daqueles que não regularizarem os pagamentos decorrentes de crédito contraído junto do banco público.

O nome dos devedores só não será inserido na referida lista se estes pagarem as suas dívidas ou, por outro lado, se forem estabelecidos acordos para prolongar o período de amortização do crédito, a renegociação das taxas de juro, perdão total de juros de mora ou o perdão de 50 % dos juros corridos.

Em Dezembro, a ageência de rating Fitch, dizia que o BPC, banco que detém o recorde de crédito malparado em Angola, está à beira de precisar de mais 2 mil milhões de dólares norte-americanos em forma de recapitalização.

O BPC é a maior dor de cabeça do Executivo em todo o sistema bancário nacional e é demasiado grande, mais de 25% de quota de mercado, para cair por causa do risco sistémico, o que significa que o Governo deverá injectar mais 2 mil milhões USD neste banco público em breve.

Como o NJOnline noticiou a 30 de Novembro, o Banco Nacional de Angola (BNA) deu o mês de Junho de 2020 como prazo limite para que os bancos comerciais a operar no mercado angolano "resolvam as suas deficiências de capitais próprios".

A taxa de crédito malparado em Angola ronda, segundo o BNA, os 29%, embora 90 por cento desse volume esteja concentrado no BPC, sendo que esse montante ultrapassa os 1.118 mil milhões Akz.

Recorde-se que o Estado criou em 2016 a empresa Recredit, onde injectou mais de 2 mil milhões USD como forma de aliviar a banca nacional, com especial incidência no BPC, do crédito malparado.

E já a 30 de Janeiro do ano passado, o Presidente da República, por decreto autorizou uma emissão de Obrigações do Tesouro, para a Recredit, no valor de 84 milhões euros, em mais um apoio de peso a esta sociedade detida pelo Estado que visa apoiar a limpeza do sector bancário.