Neste momento, de acordo com declarações do banco prestadas ao NJ, 54% da sua força de trabalho está em casa em cumprimento do diploma legal que decreta o estado de emergência. Em outras palavras, estão em casa em regime de teletrabalho 978 colaboradores do quarto maior banco em activo do sistema financeiro nacional, já que o BMA possui 1.812 funcionários, calculou este semanário com base em dados do seu relatório e contas de 2019.

A decisão do banco, entretanto, não foi bem acolhida por parte dos visados que contactaram o NJ e pediram anonimato.

Estes argumentam que a instituição bancária encontrou este "meio-termo" e decidiu, sem antes os consultar.

"Não houve negociações, na penúltima semana de Abril fomos convocados para videoconferências por núcleos de gestores para nos informar que, enquanto decorre o estado de emergência, devemos gozar 50% das férias de 2020", lamentou um dos colaboradores.

Uma outra colaboradora, que está em casa devido ao facto de ter filhos menores de 12 anos, garante que está completamente em fora acordo com a posição tomada pelo Atlântico, tendo dito que a instituição não pode aproveitar-se do estado de excepção que o país está a viver para fazer das suas.

"A decisão foi unilateral, não fui consultada, apenas fui informada numa videoconferência", contestou.

Banco diz que cumpre Lei Geral do Trabalho

O NJ questionou o Atlântico sobre o assunto, tendo o banco recorrido ao Decreto Presidencial que declara o estado de emergência.

"No quadro das duas prorrogações iniciais do estado de emergência, não existia nenhuma regulação especial ao regime das férias, estipulado nos termos da Lei 7/15 de 15 de Junho - Lei Geral do Trabalho".

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