Menos de um mês depois de ter lançado uma espécie de "ultimato" à Sonangol, avisando que não iria investir mais em Angola e ameaçando entrar em litígio se a petrolífera nacional não desbloqueasse "em tempo útil" o negócio de 1,5 mil milhões de dólares referente à venda de 40% da participação detida nos blocos 20 e 21, no offshore ao largo de Luanda, a Cobalt avançou mesmo para o tribunal arbitral.

A petrolífera norte-americana alega que o cancelamento da transacção trouxe prejuízos de 1,63 mil milhões de dólares em Angola no ano passado, desempenho traduzido, globalmente, numa perda de 1,87 mil milhões de dólares no último trimestre do ano - quando no período homólogo esse valor tinha sido de 486,8 milhões de dólares.

Recorde-se que numa fase inicial o negócio não se concretizou por falta de aval do Governo, e depois devido ao processo de reestruturação da petrolífera nacional, conduzido pela administração de Isabel dos Santos.

O recuo da Sonangol deveria no entanto ter sido compensado pela entrada de uma terceira parte na transacção, algo que não se verificou até ao fim do prazo - final de Agosto de 2016 - que tinha sido definido para concluir a operação.

Neste cenário, a companhia norte-americana avisou que se a Sonangol não resolvesse o assunto em tempo útil e de forma satisfatória para a Cobalt, a empresa avançaria para a arbitragem, desfecho agora confirmado.