Esta informação consta no relatório do estudo sobre o "Impacto da Covid-19 na vida das zungueiras", apresentado hoje, terça-feira 15, em Luanda, pela Associação Observatório de Políticas na Perspectiva de Género ASSOGE".

Segundo a coordenadora adjunta da ASSOGE, Florita Telo, o estudo realizado no mês de Junho, recorreu a uma metodologia qualitativa, inquiriu directamente as zungueiras (vendedoras informais) e engloba ainda dados secundários recolhidos em estudos, diplomas legais e outros documentos.

"O estudo foi realizado no mês de Junho e foi motivado pela constatação de que a comunicação do surto pandémico em Dezembro provocou alterações no modo e na condição de vida das pessoas em várias partes do mundo, e Angola não foi excepção", referiu.

De acordo com o documento, a diminuição de lucro intensificou a precaridade das condições de vida das zungueiras e das suas famílias, especialmente no acesso e satisfação das necessidades básicas.

O estudo reconhece que a acção dos fiscais continua a apresentar "excesso de violência na apreensão das mercadorias, detenção das senhoras, pagamento de dinheiro".

O documento refere ainda que a pobreza multidimensional das mulheres no âmbito da Covid-19 gerou dificuldades adicionais ao exercício da "zunga".

O documento avança como constrangimentos encontrados pelas zungueiras a limitação dos dias de trabalho, horários e espaços de venda, aquisição de produtos para revenda, serviço de transporte (candongueiro), acesso a fornecedores e a cerca sanitária à cidade de Luanda.

O documento faz referência ainda às alterações do ambiente de negócio trazidas pela pandemia tendo sobrecarregado ainda mais as mulheres zungueiras para a obtenção de rendimentos que garantam a subsistência mais básica.