"A taxa mais baixa reduz os custos de crédito para os empresários e consumidores, potenciando algum aumento nos níveis de consumo, mas a actividade económica não petrolífera é relativamente pequena em Angola e a penetração financeira é relativamente baixa, o que sugere que a taxa mais baixa fará pouco para estimular os negócios e a despesa do sector privado", escrevem os analistas.

Num comentário à recente decisão do Banco Nacional de Angola de descer a taxa de juro diretora de 16,5% para 15,75%, enviado aos clientes e a que a Lusa teve acesso, os peritos da unidade de análise económica da revista britânica 'The Economist' acrescentam que, assim, mantêm "a previsão de crescimento de 1,7% do PIB este ano".

Por outro lado, antecipam, "a taxa de juro mais baixo vai ter um impacto no kwanza este ano, trazendo mais uma pressão descendente sobre a moeda", que se soma ao "crescente défice da balança corrente, devido à queda dos preços do petróleo, e ao fortalecimento relativo do dólar".

O Comité de Política Monetária do Banco Nacional de Angola baixou a taxa de referência de 16,5% para 15,75% e manteve inalterados os coeficientes das Reservas Obrigatórias em moeda nacional (17%) e estrangeira (15%) em Janeiro, tendo vincado então que a inflação homóloga teve uma trajectória decrescente em 2018, e a evolução da Base Monetária, variável operacional da política monetária, contraiu 10,71% nos últimos 12 meses.

"Acreditamos que o BNA vai manter as taxas estáveis até ao final do ano na tentativa de estimular a actividade económica não petrolífera, e potenciar o aumento das exportações com o kwanza fraco", diz a EIU, prevendo ainda que a inflação vá caindo gradualmente a partir de 2020, "dando algum espaço mais alívio na política monetária".