Os programas que desde 01 de Janeiro de 2020 têm "secado" o mercado, primeiro com 1,8 milhões de barris por dia (mbpd) e depois, desde o início deste ano, com menos 1,2 mbpd, estão a ser conduzidos em associação entre os países da OPEP e a Rússia à frente de um grupo de produtores não-membros, constituídos na designada OPEP+.

E é esta OPEP+ que, na terça-feira se reúne em Viena, depois de hoje o dia ser dedicado aos membros da OPEP, organização de que Angola faz parte desde a década de 1990, sendo, por isso, terça-feira o dia mais importante para os mercados petrolíferos.

Mas o mais importante, como, alias, os mercados confirmaram com fortes valorizações do barril de crude, seja em Londres, onde o Brent local determina o valor médio das ramas angolanas exportadas, a valer hoje iniciou a valer 66,50 USD, uma forte valorização de mais de 2 dólares em comparação com sexta-feira, no encerramento, que já estava a sentir os efeitos optimistas pré-reunião de Viena, sendo ainda importante lembrar que o WTI de Nova Iorque ultrapassou hoje a barreira psicológica dos 60 USD por barril.

Esta sólida perspectiva de entendimento, cimentada também no acordo prévio nesse sentido entre os dois gigantes mundiais, Rússia e Arábia Saudita, que tem, todavia, de ser confirmada amanhã, terça-feira, 2, aproveita ainda o balanço positivo do encontro entre os Presidente dos EUA e da China, em Osaka, no Japão. Durante a reunião do G20 - 20 países mais ricos do mundo -, onde Donald Trump e Xi Jinping confirmaram as tréguas na guerra comercial que as duas maiores economias planetárias travam nos últimos meses.

Com esta quase consolidada garantia de que a OPEP+ vai prolongar os cortes de 1,2 mbpd até Março do ano que vem, para Angola, que depende substancialmente das exportações de petróleo, são boas notícias, não só porque o preço do barril deve agora consolidar próximo dos 70 USD por barril, quando o OGE 2019 revisto, fixou a venda média nos 55 dólares, mas também porque o país observa actualmente dificuldades extra para estancar a quebra de produção, fazendo com que esta política de cortes encaixe na sua realidade actual de prolongada quebra no número de barris extraídos diariamente.

No arranque do encontro de Viena, como as agências têm divulgado, vários países já tornaram pública a sua posição, como o Irão e a Arábia Saudita, os dois gigantes da OPEP, mas também a Nigéria, a Venezuela e o Iraque, em recomendar o corte por mais nove meses, não sendo conhecida a posição de Angola, embora esta se deva encaixar naquilo que é a vontade da maioria.