O ministro da Energia saudita tinha atirado um balde de água fria para cima dos seus parceiros na Organização quando, na quinta-feira, após a reunião da OPEP em Viena de Áustria, disse que só avançaria com um compromisso de redução na produção se a Rússia, o outro grande produtor mundial alinhado nesta plataforma, estivesse de acordo.

Só mais tarde as palavras de al-Falih fizeram sentido, porque os mercados reagiram de imediato com uma nova baixa do valor do barril, gerando um semi-pânico entre os restantes produtores, na sua maioria muito dependentes das exportações de crude, como é o caso de Angola.

Mas foi sol de pouca duração, porque Alexander Novak, o ministro dos Petróleos/Energia russo, menos de 24 horas depois deixou escapar que Moscovo alinhava numa opção para cortar novamente a produção, tendo sido, logo a seguir, confirmado que a OPEP+ - que agrega os membros da OPEP e os não-membros associados nesta circunstância - iria cortar 1,2 milhões de barris por dia.

Esta notícia foi melhor que o esperado porque, segundo se sabe, a Arábia Saudita tinha provocado o problema em Junho, quando optou por um corte unilateral de 1 milhão de barris por dia (mbpd), o que significa que o cartel foi além dessa cifra agora.

A participação dos países neste corte será de 08, mbpd por parte da OPEP e 0,4 mbpd da parte dos produtores não-membros do cartel, começando já a partir de Janeiro de 2019. Não foi ainda revelada a participação singular de cada um deles, nomeadamente a angolana, que atravessa um fase complicada de baixa na produção devido aos problemas acumulados ao longo dos últimos anos onde o barril observou recordes em baixa.

Seja como for, com esta notícia, o barril de Brent, vendido em Londres e referência para as exportações de Angola, pulou 5%, para 63 USD, quando antes tinha voltado a bater nos 58, o valor mais baixo de há quase um ano.