Esta decisão, explica a Sodiam em comunicado, resulta da "entrada nos seus escritórios de inúmeras manifestações de interesse por parte de empresas nacionais e estrangeiras para a compra de diamantes brutos numa base contratual", levando a que já tenham sido "celebrados contratos de compra e venda para os próximos dois anos".

A demanda, segundo a Sodiam, apesentou-se "claramente acima da disponibilidade existente" posta à sua disposição enquanto órgão público de comercialização de diamantes.

No entanto, e a partir do mês de Setembro, as empresas interessadas vão poder, avança a empresa, "efectuar o seu cadastramento e habilitarem-se, como potenciais clientes, para a compra de diamantes brutos em Angola na modalidade de leilões".

A nova legislação para o sector aprovada em Angola pelo Governo de João Lourenço é um dos factores que tem aproximado o sector diamantífero angolano dos grandes palcos mundiais de venda e exposição de gemas.

Uma das mais relevantes alterações na legislação aplicada ao sector foi o fim do monopólio da venda de diamantes, que estava nas mãos da Sodiam - os provados podem gerir as suas vendas até 60% da produção - e o fim da política dos clientes preferenciais.

Com estas alterações, plasmadas em Decreto Presidencial de 19 de Junho de 2018, as empresas podem agora proceder à venda das suas produções por sua conta e risco até 60 por cento e não estão obrigadas, como sucedia até então, a vender os seus diamantes a clientes escolhidos pela Sodiam e pela Endiama, que beneficiava claramente um grupo de pessoas próximas do poder, afastando assim as grandes companhias internacionais da indústria angolana.

Foi esta nova legislação que abriu caminho à realização do 1º leilão de diamantes extraídos na mina do Lulo, explorada pelos australianos da Lucapa Diamond Company, na Lunda Norte, a 30 de Janeiro, em Angola, inaugurando uma nova era para o sector.

Esta nova legislação permitiu ainda que a Sodiam desse o passo para levar os diamantes angolanos à bolsa de Israel, a IDE.

A IDE, que será agora palco de um novo salto qualitativo no negócio dos diamantes angolanos, é uma companhia privada e é a maior bolsa de diamantes do mundo, tanto no segmento dos brutos como nos lapidados, agregando 3.100 membros e empresas que abarcam todos os aspectos do universo deste negócio.