A sua presidente do Conselho de Administração (PCA), Isabel dos Santos, já tinha dito nas redes sociais, como se pode ler nesta notícia do Novo Jornal Online, que a petrolífera estatal promove competências e não a discriminação nas contratações de novos quadros para a empresa.

"A Sonangol promove competências, não promove a discriminação", escreveu a PCA da petrolífera nacional, órgão recentemente reforçado com a entrada de três elementos, com destaque para o ex-PCA do Banco de Fomento de Angola, o português Emídio Pinheiro.

Entretanto, no comunicado da Sonangol, que se segue à posição assumida por Isabel dos Santos na rede social Twitter, a empresa vem sublinhar que nas contratações feitas desde Junho de 2016, quando entrou a nova administração, "foram contratados 35 colaboradores, dos quais 26 são nacionais e nove são expatriados".

Rebatendo desta forma as acusações de estar a privilegiar contratações de estrangeiros, nomeadamente portugueses, para os seus lugares de topo, a Sonangol garante ainda que prioriza "contratações de novos talentos angolanos sempre que disponíveis no mercado", sublinhando que as acusações difundidas em notícias e nas redes sociais sobre um alegado relegar de competências angolanas para segundo plano são "desprovidas de qualquer tipo de fundamento e racionalidade".

Nos últimos dias foram exonerados, por despacho Presidencial, ainda pela mão do ex-Presidente José Eduardo dos Santos, três administradores executivos angolanos e nomeados outro em igual número, sendo que, destes dois são portugueses, o já referido Emídio Pinheiro, a advogada Susana Brandão.

Apesar das crescentes críticas, a Sonangol procura, através da frieza dos números, rebatê-las, enfatizando que os expatriados representam apenas 0,2 por cento da força laboral e que de entre os 11 elementos do Conselho de Administração, apenas três não são angolanos.

E nota que a empresa desenvolve desde Junho uma estratégia que está a "devolver a Sonangol à sua condição de referência no mercado energético mundial, criando riqueza para o país e contribuindo de forma decisiva para o desenvolvimento sustentável dos cidadãos angolanos".

"Mas este conselho de administração acredita que a Sonangol deverá, como empresa de referência que é, acolher a multiplicidade e a diversidade da sociedade angolana e integrar nas suas equipas todos os que, objectivamente, lhes acrescentem valor", adianta o comunicado, onde se pode ainda ler que "todos os novos administradores oferecem garantias de reforço das valências específicas que são exigidas".

Sobre as razões para estas contratações é acrescentado que "o critério da escolha foi o da sua experiência acumulada, da competência comprovada nas suas áreas de especialização e o do contributo que darão a um Conselho de Administração que se pretende forte, também pela diversidade dos seus membros - formação, geografias (nacionalidade ou passagem profissional por diversos países), geração e género".

Recorde-se que estas mexidas nos quadros de topo da empresa levaram a CASA-CE a vir a público dizer, como o Novo Jornal Online noticiou no passado Sábado, que confirmam uma política de exclusão dos angolanos em benefício de outras nacionalidades.

"Num contexto em que os angolanos com formação superior no sector petrolífero estão desempregados, não é admissível que a Sonangol, empresa pública do Estado angolano, adopte a estratégia de contratação de expatriados para posições de destaque na empresa", critica a coligação.