Este paciente internado na clínica Girassol, na capital angolana, segundo a ministra Sílvia Lutucuta, citada pela Angop, apresenta sintomas que são associados à infecção pelo novo vírus descoberto na cidade chinesa de Wuhan.

Ainda segundo a mesma fonte, o doente, de nacionalidade chinesa, chegou há 12 dias da China, o que reforça os receios de se tratar de uma infecção pelo novo vírus, do tipo coronavírus, cuja particularidade é afectar o sistema respiratório.

Sobre este paciente, a ministra da Saúde avançou ainda que o protocolo está a ser cumprido, com o seguimento das pessoas que mantiveram contacto com este paciente, incluindo exames médicos.

Sílvia Lutucuta pediu que a população se mantenha calma e garantiu que serão prestadas informações periódicas sobre a evolução da situação.

Este coronavírus já fez em pouco mais de um mês quase 140 mortos e mais de 6.000 contaminações confirmadas em laboratório, sendo que já há várias dezenas em países como os EUA, a Austrália, a França, Tailândia ou Japão.

De sublinhar que este vírus já provocou em cerca de mês e meio 140 mortos, e contaminou mais de 6.000 pessoas, quando o coronavírus que provocou a pandemia de 2002/2003, de Síndrome Respiratório Severo Agudo (SARS), fez menos de seis mil infectados e cerca de 750 mortes em mais de dois anos, antes de ser debelado num esforço multinacional liderado pela OMS.

A confirmar-se este caso na clínica Girassol, Angola seria o primeiro país a confirmar uma infecção em África, embora existam casos sob suspeita e em vias de confirmação laboratorial em países como a Costa do Marfim, o Quénia ou a Etiópia, entre outros..

Recorde-se que Angola tem uma comunidade chinesa de cerca de 250 mil pessoas e nos próximos dias deverão chegar ao país alguns milhares que foram à sua terra natal para as festividades do Ano Novo Lunar, a 25 de Janeiro.

Esta é a maior migração voluntária em todo o mundo num curto período de tempo, no qual mais de 2 mil milhões de viagens acontecem, internamente e de e para a China a partir de países nos cinco continentes, onde se encontra a gigantesca diáspora chinesa.

Entretanto, o Ministério da Saúde já fez saber que colocou nas entradas no país, como o Aeroporto 4 de Fevereiro, um dispositivo de despistagem de potenciais infecções, tal como nas entradas terrestres e marítimas.

Na China a cidade de Wuhan e mais três cidades da província de Hubei foram colocadas em quarentena, de onde não sai nem entra niguém sem autorização oficial, de forma a melhor estancar a progressão geográfica do vírus.

Vários países estão a tomar medidas radicais, incluindo, por exemplo, a suspensão de voos de e da China, por companhias como a britânica British Airways, mas também a Lufthansa, da Alemanha. OUtras também já o fizeram, como estas: United Airlines, American Airlines, Air Asia, Cathay Pacific, Air India, IndiGo e a finlandesa Finnair

O vírus, o que é e o que fazer, sintomas

Estes vírus pertencem a uma família viral específica, a Coronaviridae, conhecida desde os anos de 1960, e afecta tanto humanos como animais, tendo sido responsável por duas pandemias de elevada gravidade, como a Síndrome Respiratória do Oriente Médio (MERS), transmitida de dromedários para humanos, e a Síndrome Respiratória Aguda Grave (SARS), transmitida de felinos para humanos, como início na China.

Inicialmente, esta doença era apenas transmitida de animais para humanos mas, com os vários surtos, alguns de pequena escala, este quadro evoluiu para um em que a transmissão ocorre de humano para humano, o que faz deste vírus muito mais perigoso, sendo um espirro, gotícolas da saliva ou tosse de indivíduos infectados o suficiente para uma contaminação.

Os sintomas associados a esta doença passam por febres altas, dificuldades em respirar, tosse, dores de garganta, o que faz deste quadro muito similar ao de uma gripe comum, podendo, no entanto, evoluir para formas graves de pneumonia e, nalguns casos, letais, especialmente em idosos, pessoas com o sistema imunitário fragilizado, doentes crónicos, etc.

O período de incubação máximo é de 14 dias e durante o qual o vírus, ao contrário do que sucedeu com os outros surtos, tem a capacidade de transmissão durante a incubação, quando os indivíduos não apresentam sintomas, logo de mais complexo controlo.

A melhor forma de evitar este vírus, segundo os especialistas é não frequentar áreas de risco com muitas pessoas, não ir para espaços fechados e sem ventilação, usar máscara sanitária, lavar com frequência as mãos com desinfectante adequado, cobrir a boca e o nariz quando espirrar ou tossir, evitar o contacto com pessoas suspeitas de estarem contaminadas...