O momento da chegada das vacinas criadas pela AstraZeneca/Oxford, que tiverem a África do Sul como um dos locais de testes em humanos iniciais, foi transmitido em directo na televisão sul-africana e está a gerar forte expectativa no país que já registou quase 1,5 milhões de casos e cerca de 45 mil mortos, com uma taxa de novas infecções que chega diariamente, neste altura, a ultrapassar as 4.500.

O Presidente sul-africano e da União Africana na actualidade, Cyril Ramaphosa, manifestou a sua satisfação pelo momento que o país está a viver com esta golfada de esperança, mas lembrou que se trata de uma gigantesca operação de logística, provavelmente a maior de sempre no país.

Para isso, está já em curso uma corrida contra o tempo que as autoridades de Pretória querem que leve à imunidade de grupo num curto espaço de tempo, ou seja, com 70% da população vacinada.

Tal como noutras latitudes, a primeira fase da vacinação vai incidir sobre os profissionais de saúde, e depois os profissionais da linha da frente e os mais velhos.

Esta vacina foi fabricada na Índia por um dos mais importantes institutos de produção de vacinas do mundo, o Serum, que obteve a licença para o efeito da farmacêutica britânica-sueca AstraZeneca e da Universidade de Oxford.

O facto de o país mais austral de África ter dado autorização para a realização de uma fase dos testes em humanos precocemente, permitiu, tal como se antecipava na altura, apesar das críticas surgidas em todo o continente por causa da ideia de uso dos africanos como cobais, os sul-africanos usufruem agora de uma clara vantagem em relação aos restantes países da região.

Recorde-se que esta vacina está a ser desaconselhada em vários países para maiores de 65 anos devido à escassa testagem nesta faixa etária.