Com 71 anos de idade, Guterres faz parte dos grupos definidos como prioritários pelas autoridades de saúde norte-americanas no plano de vacinação para a covid-19, tendo hoje recebido a primeira dose da vacina.

Numa mensagem posteriormente divulgada através da rede social Twitter, Guterres afirmou-se "agradecido" e "afortunado" pela vacinação, acrescentando que é necessário "trabalhar para assegurar que a vacina esteja disponível para todos, em qualquer lugar".

"Com esta pandemia, ninguém está a salvo, até que todos estejamos a salvo", adiantou.

A covid-19 está no centro das dez prioridades para 2021 hoje apresentadas por Guterres num discurso perante a Assembleia Geral da ONU, em Nova Iorque.

Numa altura em que se contam mais de 2,1 milhões de mortes em todo o mundo devido ao novo coronavírus, o antigo primeiro-ministro português destacou que o acesso à vacina, "um bem público global", é fundamental, nomeadamente através da plataforma internacional Covax.

Ainda sobre o combate à pandemia, Guterres recomendou a priorização de trabalhadores de saúde e pessoas de risco, protecção dos sistemas de saúde em países pobres, assegurar fornecimento e justa distribuição das vacinas através da plataforma Covax, partilha dos excessos de dose de vacinas na Covax, mais licenciamento para aumento do fabrico de vacinas e fortalecimento da confiança pública nas vacinas.

O secretário-geral das Nações Unidas apresentou ainda um conjunto de prioridades para a recuperação económica e acção climática.

Guterres anunciou recentemente, quase no termo do seu mandato, que está disponível para exercer por mais quatro anos o cargo de secretário-geral das Nações Unidas.

Hoje, o Governo alemão tornou público o apoio a António Guterres para um segundo mandato de quatro anos como secretário-geral das Nações Unidas, considerando que geriu a organização com "mão firme" em "tempos difíceis".

Num comunicado conjunto, a chanceler alemã, Angela Merkel, e o ministro dos Negócios Estrangeiros, Heiko Maas, destacaram o trabalho de Guterres à frente da ONU nos últimos anos e a sintonia em temas chave com o diplomata e antigo primeiro-ministro português.

"O Governo alemão tem trabalhado bem e com confiança com António Guterres em temas importantes, como as alterações climáticas, a saúde e os esforços para [se obter] um processo de paz na Líbia", acrescentam Merkel e Maas no documento.

África com mais 1.056 mortos e 20.930 infectados nas últimas 24 horas

África registou nas últimas 24 horas mais 1.056 mortes por covid-19 para um total de 88.993 óbitos, e 20.930 novos casos de infecção, segundo os últimos dados oficiais da pandemia no continente.

De acordo com o Centro de Controlo e Prevenção de Doenças da União Africana (África CDC), o número total de infectados é de 3.515.047 e o de recuperados nos 55 Estados-membros da organização nas últimas 24 horas foi de 13.555, para um total de 2.990.890 desde o início da pandemia.

A África Austral continua como a região mais afectada, com 1.676.885 infectados e 47.573 mortos. Só a África do Sul, o país mais atingido pela covid-19 no continente, regista 1.447.798 casos e 43.105 mortes.

O Norte de África é a segunda zona mais afectada pela pandemia, com 1.077.651 infectados e 29.043 vítimas mortais.

A África Oriental contabiliza 357.634 infecções e 6.801 mortos, enquanto na África Ocidental o número de infecções é de 315.927 e o de mortes ascende a 3.978. Na África Central, estão contabilizados 86.950 casos e 1.598 óbitos.

O Egipto, que é o segundo país africano com mais vítimas mortais, a seguir à África do Sul, regista 9.169 mortes e 164.282 infectados, seguindo-se Marrocos, com 8.224 vítimas mortais e 469.139 casos.

Entre os seis países mais afectados estão também a Tunísia, com 6.508 mortos e 204.351 infectados, a Argélia, com 2.883 óbitos e 106.508 casos, a Etiópia, com 2.085 vítimas mortais e 135.594 infecções, e o Quénia, com 1.753 óbitos e 100.422 infectados.

Em relação aos países de língua oficial portuguesa, Angola regista 464 óbitos e 19.672 casos de infecção, seguindo-se Moçambique (347 mortos e 35.833 casos), Cabo Verde (131 mortos e 13.784 casos), Guiné Equatorial (86 óbitos e 5.492 casos), Guiné-Bissau (45 mortos e 2.600 casos) e São Tomé e Príncipe (17 mortos e 1.221 casos de infecção).

O primeiro caso de covid-19 em África surgiu no Egipto, em 14 de Fevereiro, e a Nigéria foi o primeiro país da África subsaariana a registar casos de infecção, em 28 de Fevereiro.

A pandemia de covid-19 provocou, pelo menos, 2.176.000 mortos resultantes de mais de 100 milhões de casos de infecção em todo o mundo, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP

A covid-19 é uma doença respiratória causada por um novo coronavírus (tipo de vírus) detectado no final de Dezembro de 2019, em Wuhan, uma cidade do centro da China.