A Beira, em Moçambique, é uma das áreas mais afectadas por este ciclone que transformou em escassas horas a vida de mais de 1,5 milhões de pessoas, de acordo com o balanço feito pelas agências da ONU a partir de dados fornecidos pelos Governos dos três países, sendo que, à medida que as horas passam, o balanço vai sendo cada vez mais trágico.

Apesar de o balanço ser trágico desde a primeira hora, onde foi divulgado que tinham morrido pelo menos 150 pessoas, as autoridades moçambicanas, zimbabueanas e malauianas avançaram no Domingo que ainda existiam áreas por verificar e as reais dimensões do impacto do ciclone Idai deveriam ser maiores.

Era o caso da Beira, em Moçambique, uma das regiões mais afectadas, com as comunicações quase totalmente cortadas, as unidades de saúde saturadas e as estradas inviáveis e pontes destruídas em grande parte do território.

O Presidente moçambicano, Filipe Nyusi, esteve no local ontem e admitiu que as autoridades estavcam a enfrentar dificuldades substanciais para chegar a todos os que precisavam de ajuda urgente, com centenas largas de pessoas ainda em cima de árvores e dos telhados das casas que não desabaram com as chuvas e ventos intensos do Idai.

A capital provincial de Sofala, a Beira, com mais de 400 mil habitantes, a 4ª maior de Moçambique, foi severamente afectada e está parcialmente destruída, sem electricidade e sem água potável , cenário que se prolonga para quase toda a província, o que torna quase impossível socorrer todos aqueles que carecem de ajuda.

No rasto do ciclone ficaram 1,5 milhões de pessoas afectadas, metade em Moçambique, milhares de casas destruídas, escolas em escombros, hospitais inoperacionais, repetindo-se o cenário rumo aos países vizinhos, Malawi e Zimbabué, onde o Idai mostrou igualmente a sua capacidade destruidora, com especial incidência nas zonas fronteiriças com Moçambique, o país mais fustigado pelos ventos fortes e pelas vastas inundações.

Os três Governos, com apoio das agências da ONU, estão a procurar minimizar o impacto desta tragédia com a distribuição, por helicóptero, de alimentos e água potável, ao mesmo tempo que procuram socorrer as pessoas feridas em estado mais grave.

Do total de afectados por este ciclone, mais de 1,5 milhões, segundo a ONU, cerca de um terço são crianças, avançou no Sábado o UNICEF.

No balanço das vítimas mortais feito pelas agências das Nações Unidas, para já, em Moçambique morreram 73 pessoas, no Zimbabué 64 e no Malawi 56, sendo o desmoronamento de habitações e os afogamentos as principais causas de morte.

As autoridades dos três países já admitiram que o balanço desta tragédia deverá aumentar nas próximas horas e à medida que as equipas de socorro chegam às zonas mais distantes e com os acessos congestionados pelas cheias ou pela destruição de estradas e pontes.