Uma nova vacina, que forneceu bons resultados na epidemia de Ébola que em 2013-14 matou mais de 11 mil pessoas na África Ocidental - Libéria, Serra Leoa e Conacri -, e ainda dois novos medicamentos para tratar os pacientes, que também derem boas indicações nos testes realizados já este ano, não estão a ser suficientes para travar o avanço da doença que foi detectada em Agosto do ano passado.

Entre as vítimas estão 157 técnicos de saúde, entre médicos e enfermeiros, dos quais 41 já morreram.

Nos últimos dias, as autoridades sanitárias congolesas, que combatem a doença no terreno em colaboração com uma vasta rede de organismos internacionais, liderados pela Organização Mundial de Saúde (OMS), anunciaram mais 12 casos, o que eleva a contagem global para 3.081 casos, sendo que mais 401 casos suspeitos estão a ser despistados em laboratório.

O total de mortes está oficialmente fixado em 2.064, embora algumas notícias apontem para a existência de um número substancialmente superior porque as pessoas deixaram de procurar os centros médicos para se tratarem devido à alta taxa de mortalidade ali registada, que ultrapassa, em algumas áreas, os 70%.

Recorde-se que a OMS declarou esta epidemia como de emergência mundial devido ao risco de o vírus acabar por atravessar fronteiras e chegar a outros pontos de África e do mundo.

o Vírus do Ébola, que provoca a mais letal das febres hemorrágicas conhecidas, foi detectado em humanos pela primeira vez em 1976, na província do Equador, na RDC e, desde então, já ocorreram 10 epidemias que ceifaram milhares de vidas.

A mais grave de todas ocorreu na Libéria e na Serra Leoa em 2013, tendo avançado para países como a Guiné Conacri e mesmo para a NIgéria, acabado por ser debelada apenas ano e meio depois, com o empenho da generalidade dos organismos mundiais dedicados à saúde pública e com centenas de milhões de dólares investidos, mas deixando um rasto de mais de 11 mil mortos, milhares de infectados e a economia da região devastada.

Esta epidemia, no leste da RDC, tem potencial de alastrar para os países vizinhos do país, como Angola, tendo a OMS lançado vários alertas para que os nove países com fronteira com a RDC aumentem a vigilância e coloquem equipas especializadas aptas para actuar em caso de necessidade, junto às fronteiras.