Num mundo onde as grandes potências pensam em conquistar o universo e garantir o seu espaço na lua, num mundo onde se investem milhões e milhões de dólares para a chamada corrida ao armamento, onde as nações mais poderosas disputam inteligência artificial e poderio militar, a Covid-19, com todos os danos humanos, financeiros e sociais, veio alertar-nos para quais deviam ser as nossas prioridades. Limitou liberdades, encerrou fronteiras, alterou hábitos e valores culturais, fez do mundo um universo dos mascarados. Educação para a saúde e comunicação de crise passaram a estar nas prioridades. O teletrabalho passou a fazer parte da agenda das empresas e dos trabalhadores. A Covid- 19 tem causado muita dor e luto pelo mundo. 2020 foi um ano que doeu e ainda continua a doer.

Angola definiu prioridades e traçou estratégias para combater o desconhecido e temido vírus. Ter agido cedo no encerramento de fronteiras, na implementação de medidas de biossegurança, criação de centros de tratamento e, sobretudo, numa comunicação permanente e eficiente foi crucial para se evitar um efeito devastador da acção do inimigo invisível e letal. "Fique em casa!" foi a frase de ordem passada aos cidadãos, a fim de se evitar "dar palco" a um vírus que faz das ruas o seu campo de batalha, a sua arena mortal.

A comunicação foi a "vacina" para o combate ao inimigo desconhecido. Comunicação permanente, pedagógica e abrangente foram armas utilizadas neste combate, daí que apareceu o Doutor Franco Mufinda, secretário de Estado para a Saúde Pública, nesta espinhosa missão de ser o portador das boas notícias, a esperança de vermos surgir uma "luz no fundo do túnel" e também uma espécie de mensageiro das desgraças, quando anunciava as mortes. Dias em que o País parou com a primeira cerca sanitária, com a circulação comunitária do vírus ou então com o anúncio da primeira vítima mortal!

Foram momentos de pânico, frustração, expectativa, esperança e crença, tensão e crispação, e em todos eles esteve o Doutor Franco Mufinda, cuja humildade, inteligência, serenidade, paciência, profissionalismo e capacidade comunicacional foram cruciais para que houvesse uma "evolução positiva" das estratégias adoptadas pelo Executivo de João Lourenço. Um homem respeitado e respeitador, um quadro competente e conhecedor do sector da Saúde, uma figura que acabou por se tornar mediática, carismática e popular por causa da Covid-19.

Esses e outros factores terão pesado na escolha do Doutor Franco Mufinda como a figura do ano pela redacção do Novo Jornal. Os profissionais desta casa elegeram as figuras e factos que se destacaram e os que desapontaram ao longo de 2020. Numa votação livre e aberta, o secretário de Estado para a Saúde Pública foi unanimemente considerado a personalidade que mais se destacou este ano. Foi informado dos resultados da votação e visitou a nossa redacção na noite de terça-feira, 16, onde, durante mais de 30 minutos, interagiu com os jornalistas da casa. Para a redacção, Doutor Franco Mufinda é a figura do ano que agora finda.

O director do Novo Jornal também fez a sua votação e apresenta aqui aos leitores o resultado. Na realidade, o responsável não votou numa figura como tal, mas, sim, numa equipa. Os profissionais do Novo Jornal foram um verdadeiro exemplo de empenho, profissionalismo, dedicação e competência.

Em nove meses na direcção daquele que é actualmente o maior jornal generalista de Angola, devo dizer que este "parto" só foi bem-sucedido por causa da união, espírito de equipa, da cultura de compromisso e Jornalismo credível e responsável que o Novo Jornal deu ao longo de 2020, reforçando um trabalho que vem fazendo ao longo de anos. Marcámos a agenda mediática e afirmámos o bom Jornalismo. Temos equipa!

Nota: O semanário faz uma pausa para férias colectivas e regressa ao convívio dos leitores no dia 08 de Janeiro de 2021. Aos leitores, assinantes e anunciantes, votos de um bom Natal e próspero Ano Novo!