É preciso discutir o racismo em Angola
Um activista político resolveu fazer recentemente no Facebook um discurso de teor racista e, pior a emenda do que o soneto, foi alvo de toda a sorte de insultos inqualificáveis. Foi surpreendente o rol de insultos, sobretudo por terem vindo de pessoas que tinham o dever de fazer outro tipo de abordagem sobre o assunto. O racismo em Angola foi transformado infelizmente num assunto tabu, havendo sempre um pelotão de voluntários com rótulos e qualificativos na mão prontos para lançar a quem se atreva a falar de racismo em Angola. Goste-se ou não, existem certas franjas da sociedade que se consideram discriminadas por causa da sua cor da pele, tanto no mercado de trabalho como nas relações sociais com expressões preconceituosas e tratamento diferenciado.
Muitos acham que são usados para "colorir", ou seja, nos casos em que não sendo merecedores, ou são chamados a integrar grupos de tez diferentes, apenas para que não se fique com a ideia de racismo. Mas voltemos ao Facebook. A primeira questão que se levanta é até que ponto a partilha desse tipo de textos não os amplifica ainda mais? Existem desabafos ou declarações que originalmente não têm peso nenhum, mas ao serem retomados, acabam por ser elevados a um estatuto de "assunto importante", ganham visibilidade e, por exemplo, um texto populista que não seria lido por ninguém, ganha notoriedade.
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