O que se pretende, vamos lá ser honestos, é que se substitua a enxada por algum instrumento com motor. Com um bocado mais de esforço nacional, e agora até já temos tantos jovens espertos em informática (segundo um amigo meu, a universidade Gregório Semedo até já anunciou a sua auto-suficiência nesta matéria, dispensando toda a cooperação internacional!), talvez até se consiga um substituto do tradicional instrumento, com motor e controlo remoto, projectado e fabricado em Angola, desenvolvendo-se um novo ramo da economia, perfeitamente enquadrado no esforço de diversificação em curso, que permita a distribuição extensiva a cada família rural, para que as nossas mamãs possam passar a gerir as suas lavras a partir de casa. Com esta inovação, porventura, até os numerosíssimos citadinos que tiveram direito à distribuição de grandes extensões de terra, a que chamam, pomposamente, a sua fazenda, possam começar a produzir qualquer coisa nas ditas.

Todos temos noção da necessidade que há de se transformar socialmente a nossa sociedade. Aliás, é evidente que essa transformação existe, e até a um ritmo muito mais célere do que o desejado, já que a urbanização do nosso país aconteceu, em grande medida, de forma involuntária, devido aos anos de insegurança que nele grassaram. Mas não é com medidas administrativas que vamos lá, sejam elas decretadas por organismos internacionais ou não. Temos andado a tentar fazer isso desde a nossa independência.

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