Numa conferência de imprensa ocorrida na terça-feira, para marcar os 100 dias de chegada ao poder - ocorrida em circunstâncias peculiares - Embaló disse que os equipamentos para a monitorização dos "insultos sob a capa de anonimato nos órgãos de comunicação social ou nas redes sociais" já estão no país e que os agentes destacados para o seu manuseio terão recebido a formação necessária.

Este anúncio soma-se a outros, na mesma linha, e a um conjunto de detenções recentes que a oposição classificou de "arbitrárias". Tudo isso reforça um claro aumento da autoridade do Estado, alicerçada na égide de uma "nova República", com "recuperação da imagem e credibilidade"

Legitimado pela CEDEAO e apadrinhado por homólogos de países vizinhos, Embaló aposta no reforço de poderes próprios, com uma interpretação criativa da ordem constitucional, agindo como se fosse o verdadeiro titular do Poder Executivo, de quem o Governo - Nabiam é o "seu" primeiro-ministro - e o Parlamento dependem directamente e exclusivamente

Isso constata-se em inúmeras decisões e pronunciamentos públicos. Terça-feira, por exemplo, anunciou uma nova lei de pescas, a construção de estradas e de um aeroporto, fazendo-o como se estivesse habilitado a legislar - e não está. Na semana passada, exonerou cinco ministros, para que regressassem ao seu lugar de deputados e votassem o programa de governo, renomeando-os logo após para as funções anteriormente desempenhas.

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