Ao longo da sua história, França chegou a celebrar o seu dia nacional, privada parcial ou quase totalmente de alguns destes valores ou princípios que deu ao mundo. Foi assim durante certo período da Segunda Guerra Mundial, mas onde sentimentos e atitudes como a coragem, determinação e a resistência marcaram o mundo. Também nas últimas décadas, fenómenos como terrorismo criaram limitações nos direitos e liberdades dos cidadãos. E uma vez mais, veio ao de cima a resistência dos franceses às adversidades e ao compromisso de defender e preservar os princípios da Liberdade, Igualdade e Fraternidade que legaram ao mundo.
Este ano, o país europeu celebrou o seu dia nacional em formato reduzido e com homenagens à mobilização dos militares e profissionais da Saúde contra a Covid -19. Desta vez, um inimigo invisível, letal e mundial foi responsável pelas restrições e limitações. "Por vários motivos, este ano a nossa festa nacional será um 14 de Julho inédito", escreve o embaixador de França em Angola, Sylvain Itté, numa nota que acompanha a revista intitulada: «França-Angola, uma parceria para o futuro», publicação que ilustra uma relação de amizade e cooperação que já conta com mais de quatro décadas.
Inspirados nestes valores que os franceses legaram ao mundo, o Novo Jornal decidiu dedicar 12 páginas do seu Dossier não apenas contando a história do 14 de Julho de 1789, mas também promovendo uma ligação do jornalismo com a História, da cooperação entre os povos, tendo, para isso, associado o valor da angolanidade aos da liberdade, igualdade e fraternidade. E é o que trazemos aqui, quer seja trazendo textos de opinião do embaixador de França em Angola, Sylvain Itté, quer do embaixador de Angola em França, João Miranda.
A grande entrevista foi feita ao embaixador Luís de Almeida, o primeiro de Angola em França, tendo este destacado o papel que desempenhou na normalização das relações entre os dois países, sem esquecer o seu papel como o diplomata que "abriu e mostrou" Angola ao Ocidente, bem como o importante Acordo Geral de Cooperação entre Angola e França, assinado em Julho de 1982, em Luanda. A classe, nível, elegância, inteligência e disponibilidade do embaixador Boaventura Cardoso em partilhar com este jornal e os seus leitores aspectos importantes das relações entre os dois países também são destaques nesta edição. O embaixador Miguel da Costa, cujo testemunho escrito no livro «França - Angola, uma diplomacia dinâmica», é um elemento de consulta permanente e de grande apoio numa edição como esta.
A disponibilidade de colaboração da Embaixada de França em Angola revela bem o papel que a diplomacia e o jornalismo podem desempenhar para levar aos leitores e ao mundo os valores da Liberdade, Igualdade e Fraternidade. E neste caso, em concreto, junto também a Angolanidade, aqui espelhada numa estória que faz história de António Monteiro, o angolano de Camacupa, Bié, que é autarca em França. Eis aqui uma edição com história e para a História.