Um alto funcionário foi nomeado para exercer funções relevantes para dias depois ser exonerado por existir uma denúncia sobre factos penalmente puníveis contra o recém-nomeado. Uma pequena contrariedade. Aqueceu a cadeira mas por muito pouco tempo.

Um outro caso, ainda mais caricato, foi a nomeação para o não menos importante cargo de administrador de um cidadão que já se encontrava na condição de falecido e que por esse motivo, por muito bom que o seu currículo fosse, não teria condições psicológicas nem físicas para gerir qualquer activo em nome do Estado. Este não aqueceu cadeira nenhuma.

Mais recentemente, um outro cidadão foi nomeado para governar uma província tendo sido exonerado dias depois sem contudo nunca ter tomado posse. Pesam sobre si acusações sobre situações que estarão a ser tratadas pelas entidades competentes. Este, apesar de vivo, também não aqueceu cadeira nenhuma. Pelo menos não na província.

Três episódios isolados que podem tornar-se um padrão desagradável, principalmente para os nomeados que poderão organizar festas de celebração da nomeação e nunca chegarem a tomar posse. Irão acumular dívidas e vexame sem necessidade, pois o trabalho de casa deve ser feito, e bem feito.

A dificuldade de encontrar quadros sem "telhados de vidro" poderá ser erradamente resolvida com a nomeação de quadros sem experiência em gestão governativa. Pior a emenda que o soneto. É como se tivéssemos um carro, em segunda mão, e os motoristas disponíveis tinham certas limitações - nomeadamente, um sabia conduzir mas não tinha carta, outro tinha carta mas não sabia conduzir, um terceiro tinha carta e sabia conduzir mas estava embriagado.