Levanta-se, pois, um velho problema entre nós, que é a subordinação do discurso técnico e da análise intelectual às conveniências pessoais ou políticas. Antes e agora, os problemas ainda residem nas pessoas que mudam de opinião segundo os seus interesses individuais e de grupo. Algumas das vozes que se erguem contra a PGR e contra as detenções, estão envolvidas nos processos, seja na condição de advogados, de amigos, sócios ou funcionários de alguns dos arguidos. Com toda a falta de pudor pronunciam-se em público, sem assumir a honestidade de afirmar publicamente a sua parcialidade e o seu interesse pessoal. É óbvio que essa actuação conta com a conivência dos órgãos de comunicação social, que deveriam agir de modo mais equilibrado e isento, proporcionando um rigoroso contraditório ou a oportunidade de outras sensibilidades e opiniões também se pronunciarem a respeito. Estamos quase a atingir o domínio da manipulação da opinião pública quando a análise técnica, jornalística ou política destinada a ajudar o cidadão a formar o seu juízo, na verdade não vai para além de suposições, apreciações do foro pessoal e conjecturas para a defesa de interesses de grupo.

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