As populações alegam que a província do Uíge é a que tem mais municípios em Angola, 16 ao todo, e a sua divisão é indispensável para superar desafios enfrentados pelas autoridades locais, que muito têm feito, mas não conseguem atingir as metas preconizadas.
Face à situação, na era colonial, os portugueses já tinham decidido fazer a divisão do distrito Uíge, criando um outro, que se chamaria Kuilo-Kuango.
O novo distrito, que permitiria uma maior facilidade nas condições de desenvolvimento, integraria os municípios do Leste e os do Sul: Sanza Pombo, Quimbele, Milunga, Buengas, Alto Cauale e Puri.
"Enquanto o Governo central pensa em dividir algumas províncias em duas ou três, é fundamental concretizar o projecto já deixado pelos portugueses, no que diz respeito à criação de uma outra província dentro desse território", disse ao Novo Jornal o sociólogo Bunga Senagany.
Na opinião do ancião Pedro Kialongua, "as autoridades centrais devem andar pelo país para constatarem a real situação em que vivem os seus concidadãos".
"Há regiões das províncias do Uíge que dependem do vizinho Congo Democrático. Uma divisão político-administrativa da província ajudaria o próprio Executivo a resolver os problemas da população", acrescentou.
Para o estudante universitário António Sangala, "a divisão político-administrativa não pode ser questionada, pelo contrário, porque beneficia as populações de algumas regiões quase abandonadas".
"De cabinda ao Cunene, um só povo uma só Nação, no entanto, não há motivos para dificultar a divisão da província como muitos pretendem", concluiu.
Recorde-se que o Governo angolano está a estudar a divisão político-administrativa das duas maiores províncias do país, Moxico e Kuando Kubango, cada uma com mais do dobro da extensão de Portugal, mas onde habitam apenas cerca de 1,3 milhões de angolanos.
Este plano de reestruturação prevê que a província do Moxico seja repartida em três e a do Kuando Kubango em duas.