No discurso de abertura da reunião, o líder do maior partido da oposição, Adalberto Costa Júnior (ACJ), garantiu que a UNITA está "completa e profundamente" empenhada na busca de soluções para a actual crise que efecta o país, criticando o Executivo, que acusa de "não tem sido capaz de vislumbrar caminhos apropriados".
"Nós estamos convencidos que é pelo diálogo abrangente e desinteressado, envolvendo todas as sensibilidades da nossa sociedade que devem ser encontradas soluções cabíveis", defendeu ACJ para depois falar da audiência com o Presidente da República, a 13 de Maio.
"Procurámos alertar para o evidente descarrilamento do processo democrático e apontar soluções. Abordar o ambiente político crispado que se vive no país e apelar para a necessidade de consenso na aprovação do Pacote Legislativo Eleitoral, perante a tentação de serem impostas ao país leis que não garantem nem lisura, nem transparência nos processos eleitorais", afirmou.
"Esta iniciativa do governo, que atenta gravemente os pilares da transparência e nega participação universal aos angolanos ao pretenderem impor o Bilhete de Identidade como único documento de acesso ao voto, quando sabem muito bem que cerca de 40% dos angolanos não possuem Bilhete Identidade", acrescentou. E perguntou: "O que move um governo a negar o direito e a pretender ganhar antecipadamente?" Segundo o líder da UNITA, é "o medo do amanhã".
"Compete-nos a todos colocar o nosso tijolo nesse edifício que é nosso chamado Angola. Uma Angola de todos, para todos", declarou Costa Júnior, acrescentando que a UNITA tem procurado ser "uma oposição responsável e democrática", que "se amanhã avançar para a pressão pública, para as manifestações, parte consciente de ter feito tudo para o evitar".