A posição do partido foi avançada em conferência de imprensa, na província do Huambo, pelo deputado e secretário local, Liberty Chiyaka, que afirmou que "estes pressupostos reforçam mais a democracia", apelando, por isso, a que o Governo crie tais condições.

Chiyaka, citado pela Angop, informou que "a UNITA considera indispensável o financiamento das campanhas e a divulgação dos programas de cada um dos candidatos, para que a disputa decorra com alguma paridade e os eleitores votem em consciência".

O deputado reforçou que a direcção do partido não concorda com o princípio do gradualismo territorial proposto pelo Governo, argumentando que o mesmo "estimula, de certa forma, a divisão, e promove as assimetrias dos municípios".

A favor do gradualismo funcional, em que todos os municípios realizam, em simultâneo, eleições autárquicas, independentemente da sua densidade demográfica, crescimento socio-económico e capacidade de arrecadação de receitas, a UNITA vem de novo, colocar-se do lado oposto da proposta de lei aprovada em Conselho de Ministros no dia 22 de Maio, que prevê um prazo de 15 anos para a sua real concretização em todo o país, com a institucionalização gradual das autarquias locais, ou seja, uma implementação faseada.

Os primeiros serão os municípios com níveis de desenvolvimento e de infraestruturas mais significativos, no quadro do desenvolvimento a nível de cada província, seguindo-se os municípios predominantemente rurais, com pelo menos 500 mil habitantes e uma capacidade de arrecadação de receita de, pelo menos, 15% da despesa pública orçamentada dos últimos três anos.

Os municípios do interior cuja economia local dependa sobretudo da agricultura e da pecuária são os últimos da lista a ver concretizadas as autarquias locais, de acordo com a proposta.